A Revista Íntegra, após cinco anos de publicações, chega ao fim.
Convidamos você a conferir esta última edição. Saiba mais...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Jardim Secreto

Se você anda assim pensando
Em ter um jardim secreto
Você deve cultivar um amor brando
E ser dos amantes o mais discreto
Atenção a tantas jóias e presentes
Não convém deixar nenhum vestígio
Escapulidas noturnas serão freqüentes
E cuidado ao embebedar o seu espírito
Terá de fazer da vontade alheia a sua
E ter um álibi na madrugada
Regar o jardim à luz da lua
E esconder as mãos entrelaçadas
Resistir um beijo em praça pública
E não tardará a ser uma alma desgarrada.


Marcelo Candido Madeira, Zurique - Suíça

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Homenagem a Cartier-Bresson

Está em Paris? Estão acontecendo duas exposições em homenagem ao grande fotógrafo Cartier-Bresson, comemorando seu centenário. Uma na Maison Européenne até 30 de agosto e a outra no Palais de Tokyo até dia 13 de setembro.

Henri Cartier-Bresson (22 de agosto de 1908, Chanteloup-en-Brie, Seine-et-Marne, França — 2 de agosto de 2004, Cereste, Vaucluse, França) foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.
Cartier-Bresson era filho de pais de uma classe média (família de industriais têxteis), relativamente abastada. Quando criança, ganhou uma câmera fotográfica Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35mm. Além disto, Bresson também pintava e foi para Paris estudar artes em um estúdio.

Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou à África, onde passou um ano como caçador. Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar à França. Foi neste período, durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.
Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Bresson serviu o exército francês. Durante a invasão alemã, Bresson foi capturado e levado para um campo de prisioneiros de guerra. Tentou por duas vezes escapar e somente na terceira obteve sucesso. Juntou-se à Resistência Francesa em sua guerrilha pela liberdade.

Quando a paz se restabeleceu, Cartier-Bresson, em 1947, fundou a agência fotográfica Magnum junto com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour "Chim". Começou também o período de desenvolvimento sofisticado de seu trabalho.
Revistas como a Life, Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar o mundo e registrar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos da América, da Índia à China, Bresson dava o seu ponto de vista especialíssimo.
Tornou-se também o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e os eunucos imperiais chineses, logo após a Revolução Cultural.
Na década de 1950, vários livros com seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante deles "Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título "The Decisive Moment" (1952). Em 1960, uma megaexposição com quatrocentos trabalhos rodou os Estados Unidos em uma homenagem ao nome forte da fotografia.
Fonte: Wikipedia

«Cinema do Brasil» - Kino Xenix em Zurique



Confira a programação e ajude a divulgar:

http://www.xenix.ch/5_vorschau/


Dia 10.09, 19h30 - Documentário "Entre Muros e Favelas" - Exibição e debate

domingo, 16 de agosto de 2009

“Mexican Spaghetti Western” – Chingon

Gravado em 2004, o disco “Mexican Spaghetti Western” é o primeiro da banda texano-mexicana Chingon, que já havia, antes disso, contribuído para a trilha sonora do filme “Era Uma Vez no México”, do diretor Robert Rodriguez. Foi o próprio cineasta quem juntou os integrantes do grupo para gravar as músicas de seu filme e, mais tarde, contou com eles para as trilhas sonoras de outros longas, como “Grindhouse: Planeta Terror”.
Influenciada por rock n’ roll e mariachis, a banda apresenta no disco de estréia um repertório contagiante. Dentre os destaques estão a canção tradicional mexicana “Malagueña Salerosa” — que faz parte da trilha sonora do filme “Kill Bill Volume 2”, do cineasta Quentin Tarantino — “Cuka Rocka” e “Fideo Del Oeste”.
Recomendado por Juliana Pinho do blog Ruído Bom


“Um olho vê, o outro sente” (Paul Klee) - Miriam Vizentini

Nada como um passeio a um reino das artes para enxergarmos melhor a nós mesmos. O passeio se deu, desta vez, no centro Paul Klee, em Berna.
Na ida, fui conversando com meu filho sobre o pouco que sabia sobre este mestre das cores. Conhecia e apreciava alguns de seus trabalhos, de formas geométricas coloridas harmoniosamente combinadas. E sabia – e foi isso que gerou em mim uma curiosidade por visitar este centro - que mesmo nascido em solo suíço, de mãe suíça, Klee só obteve a almejada cidadania suíça seis dias após sua morte, aos sessenta anos (morreu alemão como o pai), por esclerodermia.
“Típico”, comentei, enquanto formulava hipóteses sobre as possíveis causas da negativa. “Porque era um alemão”, “porque era um artista polêmico (foi instrutor na Bauhaus)”, “foi revolucionário demais para os padrões (perseguido pelos nazistas)”, “porque sua arte era considerada menor, sem interesse”, “porque foi, por um bom período, um verdadeiro ‘Hausmann’(dono de casa), sustentado pela esposa, no início do século XX”, “porque não souberam reconhecer o valor deste artista” blablablá... Eu estava me sentindo muito solidária ao imigrante sem cidadania, como tantos que conheço. Nem um pouco clichê, certo? Afinal não sou preconceituosa!

Ao chegar, a impressão positiva sobre o espaço, agradavelmente elegante, amplo e iluminado, misturou-se a uma certa desilusão. O título da mostra: Paul Klee “Carpet of Memory" - foco na arquitetura, caligrafia e ornamentação textil na obra de Klee e “Dream and Reality - Contemporary Art from the Near East”… !!! Minha ignorância deixou-me sem entender bem o que eu estava fazendo ali. Vou ver uma exposição de obras do oriente próximo? Well, lá vamos nós visitar os tapetes das mil e uma noites ...
”Kunst gibt nicht das Sichtbare wieder, sondern macht sichtbar." (“A arte não reproduz aquilo que é visível, mas torna visível aquilo que nem sempre é.” Ou "A arte não reproduz o que vemos, mas nos faz ver.” Paul Klee)
Foi assim comigo, essa surpreendente exposição me fez ver que, a despeito de meus esforços, o preconceito estava ali - e vestindo burka !
Foi interessantíssimo observar a influência oriental na obra de Paul Klee. E foi fabuloso conhecer um pouco da arte contemporânea de autores da Tunísia, Líbano, entre outros.
Em um dos inúmeros salões, entre quadros, montagens com tapetes revelando a realidade em que vivem estes povos, fabulosos mosaicos de espelhos, um vídeo instigante ganha a atenção. Trata-se de uma mulher, vestida de preto da cabeça aos pés, num cenário árido de montanhas rochosas, passando um aspirador de pó pela areia, num trabalho interminável. Retrato da aridez do papel da mulher muçulmana, submetida à limpeza de não se sabe bem o quê, nem para quê, ou para quem.

Há também uma mostra de longas e de curta-metragens da nova safra de cineastas muçulmanos. Uma arte viva, moderna, lúcida.
E ainda tem o espaço Creaviva, onde as crianças podem passear e brincar entre tendas e muralhas de isopor, reproduzindo cidades orientais e, mais que isso, com o auxílio de monitores, experimentarem materiais e técnicas de mosaicos, pontilhismo, empregadas por Klee em seus trabalhos, o que valeu de meu filho a observação: “Vai ser um ótimo programa de domingo com meus filhos, quando os tiver”. Fica a dica!
Saí de lá “enxergando” e sentindo, para além da obra colorida, cheia de paixão, de perspectiva quase infantil, otimista em contrapartida com a visão pessimista que Paul Klee tinha em seus escritos - e feliz por vivenciar o jogo de luzes e cores das grandes e pequenas telas e cartões.
Mas, acima de tudo, saí melhor como pessoa, ao perceber que muito ainda tenho de fazer com meus pré-juízos e julgamentos em relação às obras - e ações - de cidadãos, sejam eles suíços ou do oriente próximo/médio.
A produção, beleza e criatividade dessa mostra de arte me levou para bem longe dos meus clichês.

Zentrum Paul Klee
Vale dizer que a mostra fica apenas até o dia 31 de agosto de 2009.

Miriam Müller Vizentini - Baden, Suíça

Sobremesa "Integrada" ... ou "Globalizada"? - Monica Stoll

Em 2004-05 realizei para o CEBRAC em Zurique e para o Grupo Atitude em Berna, junto com a nutricionista Marília Fernandes Wettstein, o projeto “Alimentação, Saúde e Integração”. A idéia era facilitar a adaptação de nossos hábitos alimentares brasileiros à nova realidade suíça. Informações da área de nutrição e ciências alimentares juntaram-se à troca de experiências entre os participantes dos cursos e oficinas, estimulando nossa criatividade. Substituimos ingredientes “brasileiros” por produtos suíços, adicionamos novos ingredientes a receitas tradicionais. Tudo sem comprometer a famosa "Pirâmide de Alimentos" (usada pelos nutricionistas como modelo para uma dieta saudável). Surgiram novas receitas e receitas “novas-velhas”, entre outras a “Sobremesa Integrada” que combina nosso tradicional bolo de fubá cremoso com uma salada de frutas bem suíça. Aqui vai a receita:


Sobremesa Integrada ou “Bolo Cremoso de Fubá e Miho Verde servido com Amoras”




Ingredientes
1 xícara de açúcar
3 ovos
1 caixa pequena de leite de coco (250 ml)
1 lata de milho verde (170 g) , com o líquido
1 colh. sopa de fermento em pó
1 colh. sopa de coco ralado
2 colh. sopa de manteiga derretida (ou amolecida)
1 xícara de fubá fino




Pré-aqueça o forno (180°C) e unte e forre com papel impermeável um tabuleiro pequeno (20x30cm).
Bata tudo no liquidificador, coloque no tabuleiro e asse por 20-25 minutos (deve ficar “molhadinho/cremoso”).
Sirva com uma salada de “amoras”: framboesa, amora-preta, mirtilo, groselha.



Como se chama em alemão, frances, italiano...?



Fubá fino = Maisgriess, ou Polenta “fein” (Suíça alemã); semoule de mais “grain fin” (fr.); semola di mais “a grana fine”(it.)
Framboesa = Himbeere (al.); framboise (fr.); lampone (it.); raspberry (ingl.)
Amora-preta = Brombeere (al.); mûre (fr.); mora (it.), blackberry (ingl.)
Mirtilo = Heidelbeere (al.); myrtille (fr.); mirtillo (it.); blueberry (ingl.)
Groselha = Johannisbeere (al.); groseille (fr.); ribes (it.); redcurrant (ingl.)



Boa diversão e bom apetite!



Monica Stoll, Schaffhausen - Suíça

"My news to the world - Edimburgo vibra com muita cultura" - Marcia Pereira

Agosto chegou e com ele a energia e agito dos festivais faz Edimburgo vibrar com muita cultura, arte, musica, cores! São dez festivais acontecendo ao mesmo tempo pela cidade, com artistas, autores, diretores, músicos, performers, malabaristas, dançarinos do mundo inteiro.

Como parte do Fringe Festival, assisti na segunda-feira passada um show tipo cabaré, apresentando um musical da Bossa Nova escrito por Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, com a participação de três brasileiros residentes em Londres e uma irlandesa: Frank Figueiredo é o diretor, Gui Tavares é diretor musical e ator/cantor, Rogério Correa é ator/cantor e produtor, e Maria O’Connel como atriz/cantora. Com o titulo “Poor Little Girl” (Pobre Menina Rica), o musical foi originalmente produzido em 1963 e apresentado no nightclub Au Bon Gourmet no Rio de Janeiro. O musical conta a estória de uma bela garota rica, que se apaixona por um poeta da favela. Lyra era o poeta e Vinicius era o narrador. O interessante é que foi nesse show que Nara Leão começou sua carreira como cantora, representando a garota rica. Depois o show foi gravado em vinil e muitas das suas músicas ficaram famosas no Brasil, como "Sabe Você", "Primavera" e "Pau-de-Arara". Mais tarde, em 1964, o show foi adaptado como um musical para o grande teatro e, em 1985, foi adaptado para o cinema no filme “Para Viver um Grande Amor”, com o diretor Miguel Faria Jr.
Assista aqui um trecho da performance apresentada no Canning Hause em Londres, maio de 2008, com Rogerio Correa, Gui Tavares e Maria O'Connel:
Marcia Pereira, Edimburgo - Escócia


sábado, 15 de agosto de 2009

Comemore o ano de 2009 com o livro “Mineirinha n’Alemanha”

O ano de 2009 é mágico para o eixo Brasil-Alemanha: é o ano em que se comemoram 20 anos de Berlim sem Muro, 60 anos da República Federal da Alemanha (BRD), 120 anos de Brasil República, 150 anos de imigração pomerana no ES, 180 anos de imigração alemã em SC, PR e SP, além dos 185 anos de imigração alemã no RJ e RS. Motivos de sobra para comemorar! Ainda mais comprando, lendo ou dando de presente o livro Mineirinha n’Alemanha. O livro é um dos poucos que tratam de assuntos atuais de interesse para brasileiros e alemães e relata muito sobre a vida na Alemanha sob a perspectiva da autora mineira, Sandra Santos, que mora e trabalha na Alemanha há mais de 15 anos. A autora, que é gerente de recursos humanos e anda antenada para as novidades mundiais, ainda tomou o cuidado de editar o livro seguindo as novas regras ortográficas do português, fazendo com que seu livro possa atravessar também as fronteiras dos países de língua portuguesa pelo mundo. Com a compra do livro, apoia-se o projeto GAC-Grupo de Amigos da Criança (http://www.kinderhorizonte.org/br/index.shtml). O livro foi lançado no final de dezembro de 2008, tendo reunido um público jovem, aberto e internacional no Bar Inusitado em sua cidade natal, Belo Horizonte-MG. Mineirinha n’Alemanha é o resultado de muito amor pelos dois países que representam sua jornada. Mais informações no blog da autora: http://www.mineirinhanalemanha.de/
Esta matéria faz parte da publicação Ciga - Informando, do Ciga-Brasil, parceira da Revista Íntegra

Liminar concedida à Monsanto recolhe cartilha sobre produtos orgânicos

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos,orientando o consumido
Infelizmente a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio"). Se você concorda com esta idéia e tem interesse na cartilha, envie um e-mail para integrarevista@gmail.com e solicite o arquivo que será enviado em pdf!

“Quéio pá caja...” - Uma viagem por Recife, Margarita Wasserman

De repente me senti tal e qual uma criançinha cansada e indefesa, querendo o aconchego da minha casa, da minha cama!
Estávamos a passeio em Olinda, hospedados em uma pousada.
Dalí saíamos para o Recife, Caruaru. Muita coisa para ver ou rever e aprender.
A vegetação é maravilhosa devido ao clima úmido e quente. As ruas são ajardinadas. E o povo gosta, cuida e curte. Os jardins são lindos e o arvoredo diferente.
Ainda dava tempo, então viajamos pelo litoral até a praia de Maria Farinha. O trajeto é maravilhoso, vimos em todo o percurso muito arvoredo e jardins. Ao chegarmos em Maria Farinha, nos instalamos em uma área bastante confortável fora de um hotel e ali sentamos para apreciar a vista, beber um refrigerante e descansar para a volta.
Não foi possível visitar tudo o que queríamos.

Das obras do Brennand, só pudemos vislumbrar (de longe) o que o povo acabou apelidando de “o pinto do Brennand” (foto) um monumento de mais ou menos a altura de um prédio de dez andares, localizado no marco zero de Recife.
Em Recife e Olinda existem muitas igrejas e centros espíritas.
Depois de dezessete anos, lá estávamos novamente visitando o Centro Cultural. Ali funcionou o presídio Frei Caneca. Ali ele foi fuzilado...
Cada cela foi transformada em uma pequena loja... Uma grande quantidade de artesanatos expostos enche os olhos dos visitantes. É impossível sair dali sem adquirir alguma coisa, seja um enfeite ou peça de roupa.
Fomos conhecer a Livraria Cultura com seus dez mil livros expostos, bem no centro de Recife. Ali também compramos alguns livros...
A casa dos meus netos Vládia e Aritanan e meus bisnetos Uirá e Anaíra fica em um morro em Olinda e tem dois andares. Da sacada enxergamos o mar...
Por acaso acabamos conhecendo a casa onde está instalado o Instituto Histórico de Olinda. Ali deixei um exemplar do meu livro Marimbondos.
As pessoas de Recife e Olinda são muito gentis, educadas. Na recepção da pousada foram instalados dois aparelhos de TV. Enquanto esperava Pedro, meu genro, e Noemi, minha filha sentei ao lado de outro hóspede. Minha canseira era tanta que soltei um gemido: “Quéio pa caja!” Aquele senhor não conteve a risada!
Chegamos à Curitiba, cansados, mas realizados com o que visitamos.
Passei três dias acamada, até passar a canseira...

Margarita Wasserman, Curitiba - Brasil
Fotos de Lucy Passos e Carvalho Pinto

A nova gripe

Temos um novo site oficial do Governo do Paraná para explicar tudo sobre a Nova Gripe (Gripe A). http://www.novagripe.pr.gov.br/.
Muitas mensagens a respeito da nova gripe têm circulado pela internet e a maioria delas contêm inverdades, o que não contribui em nada no combate à doença e provocam pânico e insegurança entre a população. Por isso, é importante que os cidadãos busquem informações sobre a Influenza A (H1N1) em órgãos governamentais e universidades, por exemplo.
O governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e de outros órgãos governamentais, chamou para si a responsabilidade sobre tudo o que se refere à Influenza A (H1N1) e sabe que informar bem a população, com os dados corretos, é o primeiro passo para combater a doença. Nenhuma informação está sendo omitida e todas as orientações pertinentes estão sendo prestadas aos paranaenses.
Alguns sites onde você pode obter esclarecimentos sobre a moléstia:http://www.who.int/
Lembramos: Manter uma alimentação adequada e hábitos de vida saudáveis é essencial para se prevenir contra qualquer doença. No caso da gripe A, a melhor forma para se precaver da moléstia é tomar alguns cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos frequentemente, proteger o rosto ao tossir ou espirrar e higienizar constantemente superfícies, como portas, mesas, maçanetas e telefones. Também é ideal evitar locais com aglomeração populacional. Em caso de febre repentina e dores musculares, deve-se procurar orientação médica e ficar em isolamento domiciliar durante sete dias, que é o período no qual o vírus H1N1 pode ser disseminado.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Assumindo seu próprio caminho!

Os brasileiros na Suíça, que segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil somam 50 mil pessoas, já estão organizando seu IV Encontro Brasileiro na Suíça. O evento vai acontecer no dia 31 de outubro no Gymnasium Neufeld em Berna, com o tema “Integração e Emancipação - Assumindo seu próprio caminho”.
A proposta do Conselho Brasileiro na Suíça, organizador do encontro, é abordar a questão da integração do ponto de vista pessoal. Ninguém pode integrar outra pessoa, cada um é responsável pela sua própria integração, pois os caminhos de cada imigrante são diferentes e todos têm uma forma muito individual de enfrentar os problemas e desafios. O papel dos grupos e outras entidades de apoio é dar orientação e instrumentos os imigrantes encontrarem seu caminho e seu lugar no país que escolheram para viver.
O programa do dia inclui um relato sobre a organização dos brasileiros pelo mundo e sobre os elementos indispensáveis para os imigrantes sentirem-se bem no país de acolhida e construírem suas vidas na nova comunidade. Esse processo de auto-determinação ajuda o imigrante a sentir-se mais forte e preparado para enfrentar os desafios de aprender uma nova língua, convivendo numa cultura diferente da sua.
Além das palestras principais na parte da manhã, à tarde haverá vários grupos de interesse sobre temas relacionados ao dia-a-dia da imigração, na área do trabalho, saúde, educação, relacionamento e comunicação intercultural, entre outros. Para descontrair terá também um espaço cultural. Os pais de crianças entre 2 e 6 anos poderão contar com o Cantinho das Crianças,
com atividades para os pequenos.
O Encontro está aberto para todas as pessoas que entendem português.
Confiram detalhes sobre a programação e a inscrição na homepage: http://www.encontro-brasil.ch/ ou entre em contato pelo E-Mail: info@encontro-brasil.ch.
Sejam bem-vindos!
Conselho Brasileiro na Suíça

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Improvisado, Woodstock reuniu 400 mil pessoas na lama

Woodstock tornou-se o principal festival da história da música pop ao reunir no mesmo palco Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin, Joan Baez (grávida de seis meses) e dezenas de artistas que se apresentaram para cerca de 400 mil pessoas. Mas não era para ser assim.
Woodstock foi planejado pelo produtor Michael Lang para ser "apenas" uma celebração hippie, uma festa com algumas bandas e um público modesto. Mas fatores diversos, como o recrudescimento da Guerra do Vietnã e a mobilização em torno de direitos civis nos EUA, por exemplo, ampliaram o apelo popular do festival.
"Fiquei amigo do Michael Lang e ele me contou que o festival teve um grau de improvisação muito grande", diz Roberto Medina, produtor do Rock in Rio, à Folha. "Ele iria fazer uma festa, mas a coisa foi crescendo, foram convidando mais gente, até que eles tiveram que buscar um lugar grande, uma fazenda, para montar o evento. Ninguém ali sabia que ia ser algo daquela dimensão."

A maior parte do público pagou US$ 18 (cerca de R$ 35) para assistir a 32 apresentações entre 15 e 17 de agosto de 1969 --mas um número considerável de gente "pulou a cerca" da fazenda de Bethel (Nova York).

Mesmo sob tempestade e lama, enfrentando engarrafamentos e com estrutura mínima, o público comportou-se de acordo com o lema hippie "paz e amor".

Crítico do "New York Times", Jon Pareles esteve em Woodstock e contou no jornal, dias atrás, suas impressões sobre o evento (na época ele não trabalhava na publicação): "Woodstock deu a praticamente todos os envolvidos --público pagante, gente que invadiu o evento, músicos, médicos, polícia-- um senso de troca de humanidade e cooperação. Durante aquele fim de semana, as pessoas trataram as outras com gentileza".

Após 40 anos, Woodstock continua sendo parâmetro para os principais festivais de música do mundo. "Woodstock uniu música, cultura e contestação politica e marcou uma geração. Apesar de ter sido feito de forma muito precária para os padrões atuais, foi a única coisa boa que a Guerra do Vietnã deixou. O conceito de paz, amor e música está no inconsciente, ou consciente, de todo festival de música produzido desde então", afirma Luiz Oscar Niemeyer (produtor de shows de Radiohead, U2, Rolling Stones).

Do Who iniciando show às 4 da manhã e tocando "My Generation" a Hendrix quebrando as cordas da guitarra em "Red House", Woodstock foi o ápice terreno da utopia hippie. Quatro meses depois, o sonho morreria no Altamont Festival, onde um homem foi assassinado pelos Hell's Angels (que faziam a segurança do evento) durante show dos Rolling Stones.

Documentário

Um dos principais legados do festival é o excelente "Woodstock", que ganhou o Oscar de melhor documentário em 1971. O filme, dirigido por Michael Wadleigh, ganha lançamento no Brasil em uma caprichada caixa com três DVDs.

Nos EUA, Michael Lang contará os batidores do evento em "The Road to Woodstock".

Em janeiro do ano que vem, chega aos cinemas brasileiros "Aconteceu em Woodstock", de Ang Lee, baseado em livro homônimo, de Elliot Tiber e Tom Monte, que está nas livrarias. Espécie de "biografia falada" do festival, "Woodstock", de Peter Fornatale, engrossa a lista de produtos relacionados ao evento.
THIAGO NEY da Folha de S.Paulo

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sorria, você está sendo filmado

Um dos trabalhos mais conhecidos do artista belga Luc Tuymans é Gas Chamber. Na pintura a óleo de 1986, feita apenas com tons de preto e marrom, vê-se parte de uma sala vazia, com um ralo comum no chão do recinto. Poderia ser um lugar qualquer, mas, como o título nos revela e aos poucos reconhecemos, trata-se de uma câmara de gás usada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Guardadas as devidas proporções — Tuymans é uma das grandes referências para os pintores hoje — há certa semelhança entre a obra do expoente europeu e as cinco pinturas que Rafael Carneiro apresenta no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo.
Nas criações do jovem paulistano, o que predomina também é o caráter inócuo dos ambientes retratados. Os trabalhos mostram espaços neutros, tanto pelas cores desbotadas com que são representados quanto pelo caráter impessoal, que remete a galpões de fábricas, laboratórios científicos e hospitais desativados. São imagens desgastadas, captadas por câmeras de segurança — daí o recorrente ponto de vista aéreo —, e transformadas antes em fotografias, para depois serem transpostas para as telas. Têm ainda baixa definição, como se estivessem sendo observadas através de monitores de computador.
É justamente em torno desse contraste entre a qualidade da cena registrada por esses equipamentos de vigilância e a qualidade pictórica que se espera de uma tela que o trabalho de Carneiro se articula. Por um lado, nos deparamos com algo de finalidade prática: a proteção. Por outro, encontramos um pedido para uma contemplação estética. E, ao fazer coincidir essas duas coisas numa só obra, Carneiro engrossa o coro de artistas que se perguntam hoje: como e o que produzir diante de uma sociedade em que a imagem aparece absolutamente banalizada pela televisão, pela internet e por todo tipo de publicidade (para não ficarmos apenas nas câmeras de segurança)? Seria a arte capaz de restituir alguma densidade à experiência visual?
Como Rafael, nascido em 1985, outros nomes olham para essa questão atualmente. Ana Prata, para citar um dos artistas que vão expor no Centro Maria Antonia neste segundo semestre, também usa fotos como ponto de partida para suas pinturas. Mas seus registros, retrabalhados no ateliê, ganham complexidade na tela. Outro exemplo é Fabio Flaks, cujos desenhos recentes têm o tamanho de pôsteres. Carneiro, portanto, não está sozinho na busca por uma saída contra a saturação de imagens do mundo atual.

Thais Rivitti para revista BRAVO
A EXPOSIÇÃO Rafael Carneiro. Centro Universitário Maria Antonia (rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo, SP, tel. 0++/11/3255-7182). Até dia 16. De 3ª a 6ª, das 10h às 21h; sáb., dom. e feriados, das 10h às 18h. Grátis.

Quem provar todos os remédios das prateleiras leva a farmácia

Dor-de-dente, gripe, reumatismo, males da coluna. Diante de aflições como estas, qualquer um procuraria uma farmácia de plantão. Mas na pequena cidade de Imperatriz, no Maranhão, a comunidade tem à disposição métodos alternativos de tratamento. E não é homeopatia, acupuntura ou medicina ortomolecular. Quando fica doente – padecendo de males do corpo, da alma, ou de cara-de-pau mesmo – o caboclo procura logo um estabelecimento de prestígio na região, com mais de 20 anos no mercado: a Farmácia do Seu Ambrozio. Lá pode encontrar alento para todas as aflições. Nada de remédios convencionais. Para aplacar qualquer reclamação, seu Ambrozio oferece mais de 300 tipos de pinga.
A história começou quando o comerciante resolveu misturar a marvada com ervas e raízes, utilizando também frutas típicas. A experiência virou especialidade e uma febre na região. A preferida é a Leite de Onça, uma mistura de pinga com coco. A com boldo, segundo seu Ambrozio, serve para enfermidades do trato digestivo. A Sete Ervas combate sinusite, dor-de-cabeça e resfriado.
Apesar de nem sequer ter teLefone, a farmácia congrega clientes, não só da região, mas de todo o Brasil. Uma comunidade na internet garante a divulgação de novidades e informações do empreendimento. Lá, por exemplo, o interessado fica sabendo que pode até adquirir o boteco. Quem lançou o desafio foi o próprio Ambrozio: basta que o candidato tome, num mesmo dia, uma simples dose de todas as pingas que ele coloca à disposição da clientela.
Nara Soares para o Almanaque de Cultura Popular

O lixo da Inglaterra é nosso! - Revista Piauí - Marcos Sá Corrêa




O lixo, em si, não tinha nada de mais. Era feio e repugnante como o de qualquer cidade brasileira. O tipo da coisa que o país já tem de sobra, despejando quase 100 mil toneladas por dia em vazadouros públicos, aterros sanitários, terrenos privados, barrancos, rios ou lagoas.

Mas estava embalado em quase 100 contêineres, espalhados do porto de Santos à Serra Gaúcha. E, quando as portas de seus cofres se escancararam no mês passado diante das câmeras de jornais e tevês, foi como se os brasileiros nunca tivessem visto aquilo.

Não tinham mesmo. Pelo menos, como artigo importado. Abria-se à sua frente com aquela cena uma nova era da globalização. A do lixo cosmopolita. E o país foi apanhado de surpresa. Não imaginava, para começo de conversa, que o lixo inglês fosse tão parecido com o similar nacional, vindo de um continente onde se presume que há muitos anos as pessoas se treinam para separar seus resíduos desde a porta da cozinha.

Nem por isso estavam revogadas, assim de repente, todas as diferenças culturais. Poucos dias depois de descobertas as 1 600 toneladas de sucata doméstica, refugo industrial, plásticos diversos, brinquedos imprestáveis, eletrodomésticos estripados, sobras de comida, detrito hospitalar, tampas de vaso sanitário, -matéria orgânica em decomposição e vermes, havia três suspeitos presos na Inglaterra, por envolvimento com a exportação de tamanha porcaria para o Brasil. E nenhum aqui.

A Polícia Federal, a Secretaria da Receita, o Ibama e o Ministério Público farejaram pistas que devem ir longe. Mas tendem a se embaraçar nos rastros de outras investigações, ao cruzar no dia a dia com a Operação Satiagraha, a cpi da Petrobras ou a vida e obra do senador José Sarney. Os ingleses, por enquanto, apenas ainda não sabem separar o lixo.

O jornal The Times, por exemplo, não deixou escapar, pelo cheiro dos contêineres, que havia qualquer coisa de podre no comportamento ambiental dos patrícios. Dado que todo lixo acaba sendo um retrato da sociedade que o produz, em negativo, o que foi destinado ao Brasil é exemplar. Havia, por exemplo, caixas de dvds com o rótulo do Conselho Nacional de Pesquisa sobre Meio Ambiente britânico, que deveriam conter documentários sobre a grande mudança climática.
Encontraram também caixas vazias de leite Tesco. A marca remete à cadeia de supermercados que vende um quarto de todos os alimentos consumidos no Reino Unido. Dois anos atrás, a empresa se comprometeu solenemente a zelar pelas suas emissões de carbono, passando a estampar em todos os seus 70 mil artigos quanto custou cada produto em danos à atmosfera terrestre e à temperatura do planeta. E lá estava a Tesco no monturo.

Toneladas de lixo dificilmente atravessam o Atlântico de cargueiro se não houver quem o despache de um lado e receba do outro. Mas, do lado de cá, trabalhou-se em princípio com a presunção de inocência dos importadores. Há razões históricas para a dúvida. Na abertura dos portos, as primeiras remessas de Londres para o Rio de Janeiro continham, entre outros supérfluos, patins de gelo. Mas isso foi há 201 anos. Hoje, ficou difícil acreditar que se embalem toneladas de lixo sujo sem prevenir o destinatário. "Ou será que ele não iria notar?", pergunta o engenheiro mecânico José Henrique Penido, que há 32 anos foi contratado pela Comlurb, no Rio de Janeiro, e nunca mais, como ele diz, "saiu do lixo".

Cinco empresas no Brasil participaram dessa operação, inclusive firmas de assessoria em marketing e comércio exterior. E todas alegam que comeram mosca. O gaúcho Enio Noronha Raffin não se convence. Ele dirigiu na década de 1980 o Departamento de Limpeza Pública de Porto Alegre. Fez um livro chamado Máfia do Lixo. E estranha que, sob a ameaça de multas que, somadas, ultrapassavam 2 milhões de reais, três parceiras do negócio simplesmente fechassem as portas depois da denúncia.

"Parece que não tinham outros clientes", ele comenta. Raffin sugere que as autoridades investiguem qual seria o destino final do lixo inglês. "Aposto como iam enterrar aqui a 45 reais a tonelada", diz Raffin. Mesmo incluindo o frete, seria alto negócio.

No mercado europeu, isso pode custar 150 euros - ou cerca de dez vezes mais que no Brasil. Na Inglaterra, a encomenda foi atendida pela uk Multiplas Recycling, do brasileiro Julio César Rando da Costa, registrada somente este ano em Wiltshire. De sua ficha no importers.com, um serviço de comércio internacional via internet, não constam o telefone nem o número de fax. A empresa declara que tem "de 6 a 10" funcionários, "de 1 a 5" escritórios e duas décadas de experiência em reciclagem - con-tando, provavelmente, a vida pregressa, como Worldwide Biorecy-clables, uma sociedade de Costa com outro brasileiro, André Oliveira. A Biorecyclables fechou meses atrás. Antes, apesar do "bio" que carrega no nome, ela operava com a compra e venda de plásticos. E também se promovia como especialista em exportação de pneus usados.

O importers.com não põe as mãos no fogo pela uk Multiplas. Registra, no próprio site, que as informações prestadas pela uk Multiplas não puderam ser conferidas pela TradeSafe, uma certificadora on-line. Mas a Wordwide Biorecyclables tem pelo menos um detalhe verossímil. Sua existência coincide com o período em que o Brasil importou 466,6 toneladas de pneus, a maioria na última lona. O Supremo Tribunal Federal proibiu este ano a receptação desse tipo de sucata.

Com tanto lixo circulando pelo mundo, não falta candidato a viajar em sua companhia. Zhang Yin, a mulher mais rica da China, proprietária da Nine Dragons Paper e de uma fortuna avaliada em mais de 3 bilhões de dólares, subiu na vida vendendo o papel descartado nos Estados Unidos às recicladoras de Liaoning, Wuhan e Hebei. A Alemanha, por excesso de limpeza, há anos compra lixo da Itália, fornecido pela Camorra, que controla com mão de ferro a coleta na região de Campânia, para que o governo nem pense em acabar com a sujeira. Os alemães têm um déficit de 4 milhões de toneladas de lixo por ano, para alimentar suas usinas termelétricas, movidas a resíduos. Pagam até 250 euros por tonelada. E o Brasil se arrisca a entrar no jogo com o velho trunfo dos preços irresistíveis.

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