O termo "Saturação Social", lançado pelo New York Times no mês de janeiro, nos revela que é possível que este euforismo acerca das redes sociais seja amenizado no decorrer deste ano.
"As visitas cresceram 10% de outubro de 2010 ao mesmo mês de 2011, segundo a comScore, contra 56% de aumento no ano anterior."
Tenho cada vez mais amigos que querem "sair" do Facebook (FB). Tem até alguns que marcaram uma data para deixar de existir socialmente. E o deixar de existir é visto quase como um suicídio. É como que se ele saísse do FB ele estaria fora, seria um excluído, não teria mais grupo de pertença, nem comunidade e nem identidade. E no desespero por não se perder, já que agora ele acredita que se encontrou, ele permanece mais e mais horas em frente ao computador devorando tudo o que lhes é lançado. Mas e se ele sair? E suas preferências musicais, ele dividirá com quem? E a exposição dos seus gostos, sim porque agora todos sabem que ele é adepto a luta dos direitos da criança e até foi ativo quando houve uma manifestação. Agora as pessoas, que não sabiam quem ele era o conhecem profundamente, sabem que ele gosta de música folk, que viaja muito para Paris e que usa roupas preferencialmente pretas. Além disso ele sempre posta coisas interessantíssimas, no olhar dele.
Tenho cada vez mais amigos que querem "sair" do Facebook (FB). Tem até alguns que marcaram uma data para deixar de existir socialmente. E o deixar de existir é visto quase como um suicídio. É como que se ele saísse do FB ele estaria fora, seria um excluído, não teria mais grupo de pertença, nem comunidade e nem identidade. E no desespero por não se perder, já que agora ele acredita que se encontrou, ele permanece mais e mais horas em frente ao computador devorando tudo o que lhes é lançado. Mas e se ele sair? E suas preferências musicais, ele dividirá com quem? E a exposição dos seus gostos, sim porque agora todos sabem que ele é adepto a luta dos direitos da criança e até foi ativo quando houve uma manifestação. Agora as pessoas, que não sabiam quem ele era o conhecem profundamente, sabem que ele gosta de música folk, que viaja muito para Paris e que usa roupas preferencialmente pretas. Além disso ele sempre posta coisas interessantíssimas, no olhar dele.
Ouço as mãe falarem "eu não estava no FB, mas agora meus filhos estão então eu não posso ficar de fora". Será um pensamento participativo ou de vigilância? Não importa, o que é relevante é que "estamos" QUASE todos lá, dividindo notícias, reencontrando amigos e parentes, sabendo que fulana está esperando um bebê e que joãos e marias foram ao concerto do Bob Dylan na semana passada. Há um volume infindável de informação recebida diariamente, sabemos todos do que se trata, mas superficialmente, e assim, nos tornamos bem informados, não mais sábios ou com mais cultura, nos tornamos mais sociáveis, temos amigos em todas as partes, mas não alimentamo-nos deste afeto "presencial" que alimenta a alma humana.
Mas estamos lá, cada vez mais informados daquilo que queremos e também daquilo que não nos interessa. Nesta imensidão de informações e de socialização fica difícil selecionar, e quando percebemos já passa da 1 hora da manhã e foi disso que alimentamos nossas mentes. 10% de informações relevantes e 90% de porcarias admitidas.
E é este pensamento que está fazendo com que muitos, antes fãs das redes sociais, queiram voltar a empregar o seu tempo nas relações humanas, no simples andar de bicicleta, nas trocas culturais, no toque e que a internet volte a ser a enciclopédia, o correio, a fonte de informação mas principalmente de conhecimento, não superficial, mas de base!
Claro que todos temos que ter um filtro e agir de forma consciente com relação às redes sociais, esse Bla Bla Bla teórico sobre ter o equilíbrio em tudo que se faz, mas vejamos e observemos a maioria das pessoas como se comportam perante este instrumento tão atraente que fazem de nós objetivos e números de um mercado financeiro. Como promover uma comunicação (inter)cultural realmente relevante que se destaque neste mundo saturado de informação?
É inegável o poder de informar que as redes sociais tem, o poder de passar adiante um produto, uma ideia, um conceito ou um pré-conceito, de fabricar em minutos celebridades, não falemos de qualidade do que é compartilhado, falemos do poder deste meio de comunicação e como otimizar estes espaços para uma comunicação coerente, menos discursiva, mais impactante e reflexiva. Uma comunicação social saudável e que fique distante da saturação social.
Thaís Aguiar - Zurique, Suíça
Foto de Nei Shimada do Fotos que eu gosto de bater
Foto de Nei Shimada do Fotos que eu gosto de bater
Um comentário:
EH, como estavamos conversando ha pouco, ja nao bastasse a superficialidade da comunicacao que fazemos todos os dias, com tantos personagens da vizinhança, do trabalho... Ja nao bastassem as relacoes "rasas" com conhecidos que te perguntam como você vai sem estarem de veras interessados em saber de você, mas sim em ter conteudo fresquinho pra passar adiante.... esses social medias vêm pra atropelar as pessoas com a quantidade impressionante de baboseiras...
Eu, como comunicologa, tenho que entender esses fenômenos, mas nao necessiaramente tenho que gostar.
Tenho ouvido muito a palavra involuir. Tenho lido muitos artigos - esses sim interessantes - sobre a volta à origem, à simplicidade, à desaceleracao da rotina. Ha muito tempo escrevi aqui que less is more e sigo acreditando nisso.
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