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quarta-feira, 21 de abril de 2010

The Film Club - Miriam Vizentini

Adoro entrar em livrarias, pelo mundo afora. Passear por suas estantes, xeretar prateleiras, tomar cafezinho folheando exemplares e observando as pessoas ao redor é para mim um programão – solitário, ou compartilhado com amigos fissurados como eu. A palavra escrita me fascina tanto quanto as idéias, as imagens e a ação - imaginação! Feito criança, vou escolhendo os volumes, primeiramente pelo visual das capas, depois pelos títulos que me interessam, ou intrigam. Sou eclética quanto aos temas e passeio pelas seções sem discriminação - vou dos crimes aos infantis, dos religiosos aos profanos, dos intelectualizados aos populares, esotéricos, artes, viagens, dicionários, gramáticas... gosto de descobrir o que tem de novo no front.
Num desses passeios, o título The Film Club, do crítico de cinema canadense David Gilmour (2007), me pareceu uma delícia e vislumbrei a chance de unir a leitura a outra paixão: o cinema.
Passando os olhos pelas informações adicionais: “No School, no Work, just three Films a Week”, não tive dúvidas: resolvi checar a paradisíaca proposta feita pelo autor a seu filho adolescente, que apresentava total desinteresse pela escola e os estudos: largar a escola, não trabalhar, apenas assistir aos filmes escolhidos pelo pai.


Educar é, sem dúvida, um tremendo desafio e conhecer novas ideias e experiências sempre acrescenta. Ao escolher este livro, como educadora buscava respostas ao dilema continuar-a-estudar-ou-não?, pelo qual passam alguns de meus alunos, familiares e jovens amigos. Como mãe, tive interesse em acompanhar as dúvidas deste pai sobre sua questionável proposta e, no desenrolar dos três anos da história, de vislumbrar a descoberta e o encontro com seu filho. Como mulher, ter a visão e as expectativas masculinas sobre desenvolvimento e educação de um jovem foi, digamos, instrutivo.
Respostas, sorry, não obtive, mas fiz uma agradável viagem pelo mundo do cinema, sob os surpreendentes ângulos de análise de um crítico. La dolce vita, O poderoso chefão, Annie Hall, Lolita, The Shining . Basic Instinct, Ladri di Biciclette, Pulp Fiction são alguns da centena de filmes citados e comentados.
E tive a chance de observar a oportunidade que pai e filho tiveram de, juntos, distanciados da realidade imediata e através da universal linguagem cinematográfica, se emocionar e conversar sobre a vida.
Miriam Vizentini - Baden, Suíça

3 comentários:

Anônimo disse...

Miriam, em educaçao, cada experiência é bem vinda. Há tantos pais desesperados!! A experiência deste pai vale pela tentativa, pelo menos, em ajudar o filho a nao perder sua auto estima. O amor sempre será a soluçao! Obrigada por compartilhar sua garimpagem, pelas livrarias, com a gente. Abraço

Cristina Pereira disse...

OI Miriam,

Eu li o livro de Gilmour nas férias de fim de ano no Brasil. Descobri lendo o blog da Martha Medeiros, ela fazia uma recomendacao curtinha em um post do blog. E eu que amo filmes (e livros) fui direto comprar porque achei que deveria ser uma história muito legal. Mas depois de ler me decepcionei. Até comentei com a Thais, que esperava mais, já que a história parecia tão interessante.
Não sei, achei tão insosso, a história não desenrola, a descrição dos filmes é super pobre e a conexão com os personagens muito fraca. Eu esperava que os filmes tivessem mais enfase, mas eles passam quase despercebidos.

Talvez eu não tenha conectado porque não tenho filhos, e nunca precisei lidar com adolescentes.

Abraço querida! Cris

KS Nei disse...

Acabei de ler.

Podia ser melhor.

Mas ser teen nunca pode ser melhor, nem assistir filmes.

Besos!

PS FIca no ar algo assim: "Olha como eu entendo de cinema!"