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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Thomas Hirschhorn - A Piece of Resistence





Desde que a Bienal de Veneza foi lançada em 1895, cada país têm oferecido a seus artistas uma vitrine nos pavilhões nacionais. Alguns são financiados através de seus ministérios da cultura, como a Itália, outros, como Grã-Bretanha, através do ministério dos assuntos estrangeiros. O pavilhão da Ucrânia é pago por um colecionador particular, o da Polónia, através de múltiplas fontes. Durante 55 anos houve menos de 20 participantes, mas em 1950 o número começou a crescer. Este ano, apesar do cancelamentos de última hora de alguns países, há 89 pavilhões nacionais, o maior número de países representados até hoje e 77 a mais do que na edição anterior, prova da propagação mundial da arte contemporânea.
A atmosfera da feira mostra o valor da arte como uma experiência memorável, e não como um objeto precioso. Pavilhões que oferecem um ambiente conceitual convincente são os mais célebrados. Um número razoável de expositores veteranos escolheu este caminho, incluindo a Alemanha, que este ano ganhou o cobiçado prêmio Leão de Ouro, a maior honra da feira. Mas o mais popular, falado, discutido e interpreatado é o pavilhão Suíço. A instalação "Crystal of Resistance" do artista Thomas Hirschhorn (na foto acima onde lembra tanto Woddy Allen, com alguns cm a mais) cria um universo idiossincrático de objetos ready-made. Anárquico e politizado, em vez de ordenado e neutro, o pavilhão desafia os grandes estereótipos Suíços. Hirschhorn é um espírito independente que se recusa a ceder à autoridade política ou ao mercado da moda ou ao da arte. Sua instalação é cheia de cacos de vidro, folhas de papel aluminio, cotonetes, papelão, cadeiras e bonecas de plástico, telefones celulares velhos e fotos de guerras em baixa resolução, tudo colado com fita adesiva marrom, marca registrada nas obras do artista. É a própria antítese das boutiques que exibem ojetos de luxo, tão comuns na Suíca.

Em suas declarações sobre a obra Hirschhorn diz "a arte resiste a hábitos políticos, culturais e estéticos. Arte resiste à moralidade e à topicalidade. Arte - porque é arte - é a resistência. Mas a arte não é resistência a algo, a arte é a resistência como tal. Arte é resistente porque resiste a tudo o que já existiu e foi conhecido. Arte, como uma resistência, é a afirmação, o movimento, a crença, a intensidade, a arte é "positiva". Arte resiste à tradição, à moralidade e ao mundo factual. Arte resiste a cada argumentação, a cada explicação e a cada discussão. Eu não tenho medo de resistência, conflito contradição, ou complexidade. Rsistência está sempre conectada com fricção, confronto, até mesmo destruição - mas também, sempre com criatividade. Resistência é o conflito entre a criatividade e a destruição. Eu quero enfrentar esse conflito no "Crystal of Resistence". Eu sou eu mesmo, o "conflito", e eu quero que meu trabalho esteja na zona de conflito, eu quero que meu trabalho se sustente no conflito e seja resistente dentro dele".







Mais informações sobre a instalação e o pavilhão Suíço na bienal de Veneza podem ser encontradas no (na minha opinião horroroso) website oficial da obra: http://crystalofresistance.com/.

A Bienal de Veneza de 2011 (na sua 54a edição) comecou no dia 4 de junho e vai até o dia 27 de novembro de 2001. Para maiores informações sobre os eventos, ingressos e programação visite o site oficial do evento: http://www.labiennale.org/

Cristina Pereira- Winterthur, Suíca

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