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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma casa no fim do mundo

"Eu nunca esperei isso, um amor tão voraz que quase não é algo pessoal. Um amor que tira você do lugar, que tira você de sua própria forma. Eu sabia que, se estivesse atravessando a rua com a criança e um carro virasse a esquina buzinando a toda, eu a defenderia com o meu próprio corpo.
Faria isso automaticamente, da mesma forma como a gente levanta os braços para proteger a cabeça e o coração. Defendemos nossas partes vitais com as partes mais resistentes, mais descartáveis. Nesse aspecto, a maternidade funcionava conforme o prometido. Mas descobri que a amava sem verdadeira compaixão e boa vontade.


Era um amor uivante, inundado pela luz dos refletores, uma coisa assustadora. Dava medo. Eu a defenderia de um carro em alta velocidade, sim, mas eu a amaldiçoaria ao mesmo tempo, como um prisioneiro amaldiçoa o carrasco."

Esses são os pensamentos de Clare, um dos personagens do livro "Uma casa no fim do mundo" de Michael Cunningham. Um livro maravilhoso para se ter um compromisso. Você entra e conhece Jonathan, Bobby, Clare e Alice de uma forma poética e profunda. Todo narrado em primeira pessoa. O livro trata sobre as transformações comportamentais e culturais das três últimas décadas, que são pano de fundo para a história. Mudanças nos hábitos sexuais, solidão, a cultura pop, as drogas e o medo de amar movimentam e conduzem a vida dos protagonistas. A relação obsessiva, um triângulo amoroso, o problema da Aids e a compra de uma casa perto da emblemática Woodstock é guiada pela trilha sonora de Jimi hendrix, the Doors, Bob Dylan e, principalmente, de Van Morrison. O livro foi para o cinema, dando origem a um filme com o mesmo nome e com Colin Farrell no papel de Bobby, ao lado de Sissy Spacek no papel de Alice Glover e outros.
Cunningham nasceu em 1952, em Ohio, Estados Unidos. Seu romance "As Horas" (Companhia das Letras, 1999) ganhou premio Pulitzer de 1999 e o PEN/Faulkner Award. Em 2002, foi adaptado para o cinema. É também autor de Laços de Sangue (Companhia das Letras, 1997).


Jaciara Polese Rocha - São Paulo, Brasil

2 comentários:

Cecilia Zugaib disse...

Jaci, adorei a descricao. Era esse livro que vc lembrou de mim? Valeu a dica! Baci

Jaciara Rocha disse...

Simm, amiga é este!!! Vai fundo que vale a pena!