A Revista Íntegra, após cinco anos de publicações, chega ao fim.
Convidamos você a conferir esta última edição. Saiba mais...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Syra Marty – Dächli Leni Goes to Hollywood - Magda

O documentário Dächli Leni goes to Hollywood conta a vida de Syra Marty, a primeira dançarina burlesca na Suíça.
Josefina Magdalena Marty nasceu em 1921 e cresceu em Goldau, no cantão Schwiz. Era uma menina alegre e cativante. O apelido Dächli Leni surgiu no restaurante da família, o Rigi-Dächli, onde ela ajudava.
Com o nascimento do irmão, as coisas na casa dos pais de Leni apertaram e ela partiu para Zurique, onde arranjou um emprego de garçonete, na Langstrasse. No mesmo estabelecimento trabalhava o artista Billy Frick. Leni atuava como assistente em seu show. Billy percebeu o carisma da moça perante os convidados e lhe ofereceu pagar aulas de dança. Além das aulas, Leni ganhou sapatos de salto alto e uma nova cor de cabelo: Billy dizia que Leni tinha que ser loira, isso atrairia os homens.
E assim nasceu Syra Marty, dançando em cabarés de Zurique. Dois anos depois, já se apresentava em outras cidades da Europa. Billy, que virou seu agente, sempre a acompanhava e dividia o mesmo quarto de hotel com ela, o que era considerado imoral na época. Então eles decidiram se casar. Mas o casal nunca dividiu a mesma cama pois Billy era homosexual e o casamento era uma pura questão de negócios. Apesar disso, o casamento durou 32 anos, até a morte dele. Em todos esses anos, Billy foi o agente e protetor de Syra.
Em 1948, Billy e Syra partiriam para Hollywood onde Syra aprenderia a fazer Striptease, no Follies-Theater. Miss Switzerland, como Syra ficou conhecida, virou uma sensação nos Estados Unidos. Viajou por todo o país, dançando em São Francisco, Washington, Dallas, Denver e Oklahoma. Além disso, foi fotografada por fotógrafos americanos renomados e participou de filmes em Hollywood.
A dançarina fez Striptease até os cinquenta e seis anos e mesmo cinquentona era apontada em revistas como a “mulher mais bonita do mundo”. O marido faleceu e ela cumpriu os contratos que ele tinha assinado. Em seguida, encerrou sua carreira. Trancou-se em sua casa na Florida e isolou-se do mundo.
Após 32 anos de fama vieram 32 anos no ostracismo. Até o cineasta Roger Bürgler se interessar por ela e bater em sua porta.


O filme de Bürgler começa visitando a casa dos pais de Syra, na conservadora região do cantão Schwiz, entrevistando seus familiares. Fotos em revistas e jornais, pedaços de seus filmes são apresentados. A própria Syra tem a palavra.
Não vi o filme mas interessei-me muito por Syra Marty, tanto como personagem como na vida real. Adoraria levar um papo com essa senhora. Em entrevista à revista Annabelle suíça, ela disse que nunca quis ter filhos pois seu corpo era muito bonito para isso. Conta ainda dos assédios que sofreu na adolescência: num ocasião foi estuprada por um passante quando voltava para casa e noutra um padre safado quis agarrá-la no confessionário. Desde então não acredita nem em Deus e nem que a Igreja tenha o direito em citar a palavra “moral”. Por essas razões talvez nunca tenha se apaixonado. Dormiu com mais de 3000 homens nesses 32 anos de carreira mas orgasmo só teve uma vez na vida.

Dächli Leni goes to Hollywood

Documentário de Roger Bürgler

MythenForum Schwyz

Sonntag, 28. November 17.00 Uhr www.mythenforum.ch

Stattkino Luzern
Dienstag, 15. Februar 2011, Zeit wird noch bekanntgeben.
Vorstellung im Rahmen der CINEDOLCEVITA-Reihe.www.stattkino.ch

Magda Hammer, Alderley Edge-Inglaterra

Um comentário:

Mônica disse...

Oi Cris, obrigada pela dica!Já coloquei na minha lista de autores que vou ler em 2011. Pelo que li na sua ótima crítica, já sigo algumas das "regras" ... desde que estudei "Food Science" (lá pelos anos 70!!!) não como margarina - só manteiga - e desde que vim para a Suíça tento comprar só produtos locais! Bjs, Mônica