Coicidência bem-vinda. Por causa do puxão de orelha de um(a) muito refinado(a) anônimo(a) leitor(a), apontando o nosso descuido com a grafia do nome da escritora Clarice (e não Clarisse!) Lispector, acabei achando uma história fantástica envolvendo a escritora, que merece ser notícia na nossa Íntegra. O comentário me levou a uma busca no google, é claro, que como sempre trouxe uma cascata de informações, levando sempre muito além da resposta buscada.
Pois bem, eu que só queria verificar o nome da escritora, agora sei que ela é comparada a Kafka e que recentemente foi publicada nos EUA e na Inglaterra uma biografia da autora, trabalho do americano (e não inglês como antes escrevi) Benjamin Moser que considera Clarice um dos grandes gênios da literatura moderna. Devo confessar que eu, ainda que leitora avidíssima, titubeei com o ce ou os esses no nome de Lispector. Este é o resultado de tantos anos falando outras línguas. E o nosso blog de mademoiselles imigradas (ou emigradas? também já não sei mais) bi ou trilingues (junto ou separado?) com certeza não passaria no teste de Português, língua complexa, dos nossos mais refinados e exigentes leitores. Mas, cá estamos, vivendo e aprendendo, e ainda bem que temos os nossos leitores de olhos atentos, e que nos tornam mais esclarecidas. Ou porque nos reensinam a nossa língua, ou porque nos levam a descobrir histórias fantásticas para virar assunto no nosso singelo bloguito.
Artigo da revista inglesa Intelligent Life, que se assemelha muito a nossa Bravo, e é publicação da renomada The Economist, descreve Clarice Lispector como o mais importante escritor judeu desde Kafka. O escritor Benjamim Moser, autor do artigo e da biografia Why This World: A Biography of Clarice Lispector, publicada no ano passado, não esconde seu fascínio pela autora. O artigo entitulado Why You Should Know Clarice Lispector, conta como o escritor conheceu o trabalho da autora e decidiu escrever a biografia para que mais pessoas, assim como ele, se apaixonem por Clarice. O artigo menciona ainda que Clarice Lispector é paixão secreta de muitos escritores proeminentes como o turco Orhan Pamuk, o mexicano Guillermo Arriaga, o irlandes Colm Tóibín e a poeta americana Elizabeth Bishop, que não entendem como um gênio como Clarice possa ser tão pouco conhecida fora da América do Sul.
Com certeza a biografia escrita em inglês e o artigo publicado numa das revistas mais influentes da atualidade vão atiçar a curiosidade de milhares de leitores ao redor do mundo. Palmas para nossa Clarice Lispector!
Para ler o artigo citado, acesse o site da revista Inteligent Life
Para saber mais sobre o autor e a biografia de Clarice Lispector http://www.benmoser.com/
Cristina Pereira- Lausanne, Suíça
13 comentários:
Clarice, Clarice.
Mas se observarmos bem, as autoras brasileiras sao fadadas ao obscuro canto das prateleiras.
Emily Dickinson tambem.
Ja saiu traducao em brasileires dessa poeta?
Besos!
Obrigada pela informaçao Cris! Agora que vou morar na Inglaterra, se alguem me perguntar de onde sou, posso dizer que sou da terra da Clarice Lispector.
bjs
Adorei que o comentário foi bem aceito e até correção providenciaram. Tinha receio de que entendessem mal por citar o erro e pelo fato do anonimato. Mas opinião é o que vocês fazem aqui, não iriam coibir ou censurar a opinião de outrem, e foi assim que generosamente, amavelmente fizeram, obrigad@. E quanto ao anonimato?.. o metrô todos os dias é cheio de anônimos, a cidade é um formigueiro deles, a mulher do telemarketing me diz um nome, mas é mais uma anônima entre tantos. O flanelinha tem um nome?...Um nome só não te faz menos anônimo. Pelo menos não pra quase seis bilhões de pessoas. E a internet? se não quer lidar com anônimos não use a internet! um oceano deles, um batalhão que com certeza enche o contador de visitantes dos blogs girando os números todo dia, toda hora; que multiplicam as estrelinhas do mapa e que às vezes fazem comentários. Sim, eles nem sempre se calam "não se cale".
Mas vocês tão carinhosamente abrigaram os anônimos e os comentários deles, sem preconceito ou julgamento...
Bom saber que Clarice está sendo lida por mais gente de todo o mundo, embora não entenda essa necessidade "colonial" brasileira de esperar esse reconhecimento europeu pra valorizar (mais) a nossa literatura. Quando a gente vai superar isso? Eu acho que tá na hora de dispensar essa espécie de legitimação, e não vejo nenhum ufanismo radical nisso, talvez um pouco de "darcyribeirismo" =)
Um abraço,
Obrigad@ de novo.
*EliZabeth Bishop, que chegou até a traduzir Clarice.
Cara Anónima, não podia estar mais de acordo consigo na questão do anonimato. Veja-se o meu caso, por exemplo, chamo-me Lurdes, mas poderia ser Helena, Mariana ou Cucu, não mudaria em nada o conteúdo da minha mensagem. Continuaria a ser minha.
saudações
Caro Nei, é verdade!! Tenho certeza que todo país, toda língua, tem grandes jóias literarias escondidas nos cantos das suas prateleiras.
Mas acho que a internet, e o grande boom the mobilidade global que temos visto nos últimos anos tem ajudado a revelar estas jóias e facilitado o acesso à produção cultural de países fora do universo tradicionalmente dominante.
Aos poucos acho que o problema passa a ser como selecionar coisas interessantes dentro desta infinitude de informações, e onde achar tempo para ler tanta coisa interessante. Eu mesma fico agoniada com a ideia de que certamente terminariei meus dias sem ler tudo aquilo que queria ou devia.
Um abração e obrigada por sempre estar de olho na Integra !
Cris
Recomendo a biografia de Clarice Lispector de Benjamin Moser. A traduçao brasileira¨, saiu pela Cosacnaify, com o título: CLARICE, ( assim mesmo, com vírgula). Estou relendo seus livros com outros olhos!
CarA anônimO,
Eu pessoalmente tenho horror ao anonimato, como tu mesmo disse tem anônimo demais neste mundo. Quero que todo mundo saiba quem eu sou, da onde venho e porque tenho esta ou aquela opinião. E também sou left brained demais e talentosa de menos para querer ter arroubos de artista que usa pseudômino.
Me chamo Cristina Saldanha Pereira (nome que não mudei nem quando casei para que ninguém me confunda com outra pessoa depois), sexo bem feminino, brasileira -como esta específica combinação de símbolos indica e a alma não esconde, gaúcha, como meus tus sinalizam, nascida na pequena São Gabriel, gremista, cientista, imigrante, casada com um alemão, amiga de noruegues, sloveno, croata, holandês, africano, argentino, italiano, francês,chinês, americano e de uma penca de brasileiros, nenhum anônimo. No fim das contas acho que não entendo quem quer ter uma opinião e não ser pessoalmente ligada a ela. Para mim não existe opinião sem personalização. Mas sou globalizada demais para ter precoceito com os que acham o anonimato cool, ou tenham qualquer outra excentricidade. Sejam bem vindos os excêntricos e os anônimos! Até respondemos a eles no nosso blog :-))). Tomara que polêmica venha alimenter outros textos e debates por aqui.
També devo dizer que tu extraiu uma idéia estranha do texto acima. Primeiro porque eu pessoalmente não gosto muito de Clarice Lispector, e nem a opinião de Calvino, Saramago, Gaarder ou Roth, que ao contrário eu idolatro, mudariam isto. Bom, se Primo Levi me passasse uma mensagem psicografada dos laboratórios e bibliotecas celestiais, hum, talvez, talvez assim eu pensasse em reconsiderar :-)))
O outro ponto é que já há muitos anos, desde quando mudei do Brasil, me libertei deste fenômeno que eu chamo a síndrome do subdesenvolvido. Eu realmente não sei porque, mas muitas pessoas no Brasil, principalmente aquelas que adquiriram um certa educação, tem esta mania pedantista de achar que a nossa cultura é infinitamente superior (criatividade sem precedentes oriunda desta miscigenação única de indios+negros+europeus) e que toda e qualquer opinião estrangeira é indispensável ou sempre carregada de superioridade e arrogância.
O Brasil tem tanta qualidade e brilhantismo nas artes quanto qualquer outro país. A cultura brasileira tem a sua identidade e é unica, como qualquer outra cultura. Não existe nada que a faça melhor ou pior. E eu acho fantástico um autor inglês ter o privilégio de conhecer Clarice Lispector e escrever um livro para divulgar o que ele achou encantador e que provavelmente vai encantar a tantos outros. Outros que talvez sem o livro de Moser, nunca teriam a oportunidade de conhecê-la.
E no fim, para mim que a oito anos vivo na Europa, imersa em outras três ou quatro culturas, não existe mais esta distinção entre o eu (o meu) e o estrangeiro (o dele). O estrangeiro sou eu, sou eu que falo outra língua todo dia dentro e fora de casa, que leio meus livros em outras línguas, o estrangeiro é aquele homem de olhos muito claros, que gira pela minha casa e às vezes fala aquela outra estranha língua, indecifrável, e me chama de meine liebe... são os filhos multiculturais que teremos um dia e que me chamarão sabe-se-lá-de-que. A opinião do estrangeiro sobre a minha cultura e tão importante quanto a minha!
Arrivederci!! Cris
Cara Cristina,
Penso que meteu os pés pelas mãos!
O anonimato mencionado refere-se ao anonimato na blogosfera, e não o anonimato no sentido puro. Esse é outra conversa ……
Quem berra contra este anonimato fá-lo porque não está habituado a debater as ideias sem ter em conta informaçãozinha extra como, por exemplo, o estatuto do autor, as suas tendências politicas, se é bêbado ou se mora na Conchichina. O anonimato irrita-os porque lhes tira essa muleta, e os obriga a um debate de ideias puro.
Eu visito o vosso e outros blogues pelas ideias expostas e gosto de lê-las e discuti-las pelo que estas valem.
O que é que mudou ao ficar a saber o seu nome completo, onde nasceu, e que tem um variadíssimo leque de amizades? Sim, amigos que obviamente não serão anónimos senão não teriam o tão merecido estatuto não é ! Eu, por outro lado, não sou sua amiga e devia importar-lhe um cravo, como me chamo, a cor dos meus olhos ou se moro em casa própria, e sim as ideias que estou disposta a trocar consigo ou outros comentadores, que foi o motivo que aqui me trouxe em primeiro lugar.
E mais lhe digo, você escreve num blogue que oferece a opção do anonimato a quem quiser comentar. Já pensou nisso ?
E sim, existe opinião sem « personalização » e este meu comentário é um bom exemplo daquilo que afirmo, embora o cunho personalização seria ainda outra conversa ……
O que conta são as ideias e o resto são avatares. Percebeu?
Lurdes
Cara Lurdes,
Não, decididamente não percebo! (e acho tão legal este português vero de Portugal ;-))). Veja só, você já não é mais tão anônima... adoro a linguagem, porque ela SEMPRE nos conecta a uma origem.
Não, não consigo entender porque um debate de idéias não pode ser “puro” (usando a sua expressão) se eu não entrar nele como um anonimo?? Como se o fato de eu ser eu, e assumir a minha identidade (ou nome real) vá mudar (ou influenciar) a minha forma de pensar, ou minha opiniao. Não assumir quem eu sou vai me fazer ter mais liberdade (ou pureza) de opinião???
Eu decididamente não tenho receio de expressar nenhuma idéia, e jamais precisarei me esconder atrás de um pseudônimo ou anonimato para dizer o que for, seja uma crítica, ou uma opinião aceitável ou não, dentro ou fora deste ou daquele padrão.
Agora, o que percebo no pouco tempo que temos o nosso blog online é que na grande maioria das vezes que anônimos postaram sua opinião foi para fazer críticas e não para fomentar um debate puro e interessante. Sera isto so uma coicidência?? Hummm...
Obrigada por seguir a Íntegra, é bom saber que temos leitoras não brasileiras também!
Abraços, Cristina
Querida Cristina,
Um nome a mais diminuiria a possibilidade de ser confundida, isso se chama probabilidade.
A probabilidade de encontrar outra Cristina Saldanha Pereira é maior que encontrar Cristina Saldanha Pereira mais algum sobrenome que porventura acrescentasse. Até a substituição era favorável. Um sobrenome alemão acrescentado a um português é mais incomum. Isso é lógica. Uma prova que nome não te faz menos anônima, pode ser até confundida!
Não compreendi o “e que toda e qualquer opinião estrangeira é indispensável ou sempre carregada de superioridade e arrogância”.
Indispensável? É essa a palavra?
Moser não é inglês e deve ter se sentido ofendido e prejudicado já que um “de onde eu vim” segundo você, como parte da “personalização” influi diretamente na opinião. Moser quase vira um anônimo! Se já não o era...
Se opinião e “personalização” são indissociáveis, esqueça o “eu, pessoalmente” que vez por outra você utiliza, seria um pleonasmo ou mesmo uma contradição ao seu discurso.
(Eu vejo com muito receio essa idéia de “personalização” da opinião, quando penso na análise de discurso e na insustentável leveza que as palavras e as coisas assumem quando abro a minha boca ou escrevo, se paro pra pensar imagino uma espécie de eco no que falo que envolve tanta coisa despercebida e que vai tão longe, até lugares que julgava já desabitados, mas que estão cheios de saberes e poderes... não se é tão autônomo, original, “pessoal” quanto se pensa...)
Voltando aos equívocos, é esse tipo de fato com que me preocupo, e que me fez escrever aqui. Sei que a linguagem é viva, cambia com o tempo, e que somos “poliglotas” porque a língua falada em casa, não é a dos amigos, nem a do chefe, nem deveria ser a do blog. A linguagem conecta a uma origem sim, mas o importante é denotar até que ponto você entende e julga essa conexão, se não cairíamos no que já citei aqui: preconceito lingüístico associado a um preconceito de lugar. Perigoso.
Mas quando se pretende informar, e é o que diz o blog “notícia, opinião e cultura”, acho que esse tipo de cuidado é indispensável. Sejamos francos, todos nós desconfiaríamos de uma edição de um livro com o um “MaXado de AÇis” escrito na capa. Assim como confiaríamos muito menos numa reportagem da Folha de São Paulo com informação equivocada, ou citação incorreta. Uma vez assumida a proposta de noticiar, façamos com responsabilidade.
Você, por exemplo, já empregou “imigrante” no comentário, embora tivesse aludido a uma confusão entre “is” e “es” no seu próprio post.
Luci também, configurou rapidamente seu teclado europeu, todavia não demonstrasse interesse nisso e sim com a profundidade dos textos...
Desculpe Cristina, mas não entendi bem seu texto, e não sei bem se foi dirigido a mim todo ele, já que não afirmei que o Brasil possuía uma cultura infinitamente superior, nem que você gostava de Clarice. Quanto ao que você nomeia “síndrome do subdesenvolvido” acho esse termo obsoleto e preconceituoso (que inclusive ofende você) e penso que discordo do que você considera educação quando você diz “aos que adquiriam uma certa educação”. Eu disse que não estava sendo ufanista (não concordo com ufanismo), mas um pouco Darcy Ribeiro. Acho que Darcy Ribeiro atua para os brasileiros, assim como Beauvoir atuou para a mulher, Mandela para os negros...Quando há uma situação de desigualdade é necessário um momento de ações auto-afirmativas e de orgulho. Razão pela qual até o movimento dos usuários, portadores de transtornos mentais, hoje se auto-elogiam, se dizem mais sensíveis que os demais. É uma espécie de superação do se sentir diminuído, discriminado, até então imposta. Mas acredito que é preciso ir mais além, pra não chegar na “vitimização”, ou na formação de um novo preconceito (agora feito pelos antigos ofendidos). Acho que no comentário da leitora ficou claro o que queria dizer, assim como no comentário de Nei. Uma alemã não me chega orgulhosa dizendo “sou da terra de Hesse” como condição de reconhecimento, e do Brasil não só é dispensada a aprovação como inclusive publicação, edição dos escritores estrangeiros...
Enfim, só posso dizer que não se preocupe com um possível contato celestial de Levi. Levi sofreu absurdamente com intolerância e falta de liberdade e provavelmente não pretenderia doutrinar, convencer ninguém, mesmo que fosse tão só pra te fazer ler Clarice. Curioso você citar Levi, porque ao contrário de você que quer ser conhecida, vista, ouvida; Levi sentia vergonha de ter sobrevivido ao holocausto, era uns dos poucos sobreviventes e se perguntava se não seria melhor ter ficado com os outros, mortos. Anônimos, embora possuíssem um número de identificação inequívoco tatuado no braço. Um número de identificação próprio como um nome (ou até mais já que inconfundível) mas que não “personalizou” ninguém. Eram eles homens? Levi também dizia que todos nós éramos culpados pelo holocausto, e acrescento ao Holocausto as inúmeras tragédias, guerras, e inclusive os pequenos acidentes, crimes cotidianos que ocorrem enquanto estamos aqui a digitar, daquelas que não se diz nem o nome, somam-se os mortos, vão pras estatísticas. Ou nem isso.
Mas você deve ter suas razões, louváveis razões, de procurar fugir do anonimato, talvez preencher cadernos e cadernos de Lanzarote, recriar diálogos de Kublai Khan e Marco Pólo ainda mais fantásticos, romancear não só a vida do carbono mas de toda a tabela...só não algo como Clarice, Clarice não, não é?... Mas isso já é insuficiente, terás que se aventurar em outras áreas, mas que permitam a ti o tão sonhado fim do anonimato, e ao mundo, todo o mundo, te conhecer. Confesso que não sei como será esse empreendimento hercúleo, pena Homero não estar aqui para narrar em verso e te fazer odes mitológicas, mas como serás então a primeira pessoa totalmente não anônima, não haveria metáforas, comparações, adjetivos, superlativos a sua altura. As línguas teriam de se reinventar. Vejo-me no dever de te encorajar mais e alertar das vantagens desse empreendimento: a ausência de inimigos; uma espécie de caminho já iniciado por Alexandre, que não será mais o grande; e um tributo que todos que já o percorreram –e obviamente não conseguiram- hão de pagar a você, contribuindo para o triunfo da corajosa, adorável herdeira.
Ah, também poderás contar com a sua invejável legião de amigos do mundo todo, o fato de ser poliglota, globalizada, de manter um casamento multicultural, viajada, leitora ávida, de conhecer Levi, Saramago, Calvino, Roth, Dan Brown, Gilmour...ufa! e de estar imersa, banhada, envolta há tanto tempo entre tantas culturas que já são tão suas quanto dos nativos, ou tão suas quanto a sua própria. Uma espécie de ser estrangeira e não estrangeira ao mesmo tempo, mais absurda que a personagem de Camus.
Alçada à morada dos deuses (se não for a única divindade), dona do tempo, amiga da morte, esse deve ser o resultado do (re)conhecimento absoluto de todos. Como seu Levi classificaria? um gás nobre? Um hidrogênio de tão particular? Um urânio arrebatador?Um novo elemento acima de qualquer tabela? Fico aqui só imaginando...
Eu estarei cá a esperar essa proeza, torcendo por você, “palmas para Cristina!” não mais Clarice. Porém, lembre que caso não consiga – o que não é um agouro, muito pelo contrário- pode voltar ao anonimato, ele não tem horror a você. Aos “perdedores”; que afinal- ou ao final- todos mortais somos; o anonimato.
Quanto ao “Até respondemos a eles no nosso blog”, não compreendi. Ao que me parece não havia essa discriminação (que agora parece ser partilhada inclusive com os excêntricos, embora não saiba como classificar excentricidade sem ser injust@ e discriminatóri@, determinando o que é “normal” e o que é “anormal”).
È como se dissessem “inclusive eles são respondidos”.Uma inclusão supõe uma exclusão. Exclusão que julgava não existir por aqui. Assim também fiquei receos@ com a alusão “para fazer críticas e não para fomentar um debate puro e interessante”. Não coloco crítica e debate puro e interessante em lados opostos. Não mesmo. A crítica é “menor”? Por isso me pergunto e te pergunto até que ponto vai essa suposta aceitação e (des)valorização dos comentários anônimos, e agora dos excêntricos? Começo a achar que você (s) não é/são tão “aberta(s)” quanto disseram, uma pena. Não se preocupe(m) em voltar atrás, antes a simples sinceridade, que uma contradição.
Obrigad@,
Abraço.
Cara Lurdes,
Concordo plenamente com você. A opção de anonimato pode ser suprimida com uns cliques. Se permitem, é porque aceitam, não “horrorizam”. O que eu horrorizo não quero- embora continue- por perto.
Também não sei até que ponto fui entendido, ou não quis ser, ou até não fui entendido por Cristina. Nem até que ponto ela entendeu você.
Como você deixou claríssimo, o fato de dizer de onde é, seu nome, o que faz não prejudica o debate de idéias, o que quis dizer é que o fato de ser anônimo não prejudica. Simples: o anonimato não “diminui” a opinião pelo só fato de ser anônimo, assim como uma série de características e um nome não “acrescenta” a opinião só pelo fato de serem declaradas junto. Não há hierarquia entre a opinião de um e outro, e achei que isso estava superado com o “continue comentando anonimamente ou não”. Contraditório?
Abraço.
Postar um comentário