Havia um tempo, em que ela trabalhava de noite. De madrugada. Fazia um daqueles trabalhos baratos e mal pagos. Do tipo em que se passa toda a jornada em pé, se deve sempre sorrir, servir e ser agradável. Afinal, o cliente tem que voltar! E além da longa jornada, que nunca terminava antes das três da madrugada (eu adoro essa palavra, porque só existe em português, em qualquer outro idioma eles falam "da noite"), ainda tinha o longo caminho de volta pra casa.
Quase 30 minutos, pedalando de bicicleta, numa via, quase rodovia. Escura, repleta de paisagens que mudavam e se misturavam: centro e cidade. De árvores que tocavam o céu, jardins, plantações, flores e latidos, que margeavam o caminho. Naquele tempo, quando reclamava, um amigo sempre dizia: - Você ainda vai sentir falta desta vereda, do sereno e deste horizonte sem fim. Mas ela na verdade não via a hora de aquele período acabar.
Hoje, sentada sozinha, no ônibus que pega na volta do trabalho pra casa, lembra com doçura daqueles momentos. Daquele céu, que não existe em lugar nenhum do mundo! Aquelas estrelas, que não só a acompanhavam, mas guiavam e iluminavam a sua volta pra casa e eram melhor companhia que qualquer MP3. Sem falar na Lua. Não importa a fase, era sempre enorme e plena de vida, de energia.
Hoje, sentada sozinha, no ônibus que pega na volta do trabalho pra casa, lembra com doçura daqueles momentos. Daquele céu, que não existe em lugar nenhum do mundo! Aquelas estrelas, que não só a acompanhavam, mas guiavam e iluminavam a sua volta pra casa e eram melhor companhia que qualquer MP3. Sem falar na Lua. Não importa a fase, era sempre enorme e plena de vida, de energia.
Tinha também o cheiro... das árvores, do ribeirinho que acompanhava o caminho, de diferentes tipos de folhas, flores. Do ar, que inexplicavelmente, era tocável. Era escuro, mas tinha uma claridade mágica, cândida. O silêncio, falava com ela, e no eco das batidas do seu coração, ela ouvia Deus. Sentia a grandiosidade daquela natureza perfeita, que já tinha sido tocada pelo homem, mas que na madrugada se tornava livre e selvagem.
O céu, o ar, a terra, pareciam tocar-se e transformar-se em uma única obra. E se ela pudesse voltar no tempo, ao invés de usar bicicleta, caminharia. E ainda, daria mais tempo, ao Criador e a si mesma, de desvendar a cada passo, o mundo “Sotto Le Stelle”.
Carolina Bisacchi
6 comentários:
uhuuuuuuuu, sò pode ser Ferrara! tempos bons! Parabens pelo texto sorella!
Ameiiii o texto .. parabens Carol !!!!! vc arrasaaa !!!
Amiga pode dar continuidade, pois esta muito bom. Saudades da Italia?
Bj grande e bom trabalho.
pois é, quem conheceu a vida "sotto le stelle" jamais esquecera!!!, realmente tinha tudo isso e tinha muito mais!, esse texto esta maravilhosamente escrito e detalhado, porem para poder verdadeiramente conhecer esse universo "sotto le stelle" tem que presenciar!!!, nao basta com tentar imaginar...os momentos por mim vividos "sotto le stelle" foram magicos e serao "indimenticabili"
brava! brava...poetico..so mesmo uma saudades para inspirar tudo isso..ah e londres...srsrs
Carolzinha.. te vi na Itália e te vi no busão no trânsito da Paulista...
Pode mandar mais.. vc manda mto bem...
beijos com uma saudade enorme!!!!!
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