A idéia deste artigo partiu da minha experiência com classes multiculturais e multiseriadas em Zurique e a consequente preocupação com a formação de nossos jovens e o resgate de valores neste mundo materialista globalizado.
As poucas linhas que aqui escrevo não têm a intenção de definir o que deva ser o ensino nestes novos tempos. Na verdade, gostaria de convidar você, leitor, a refletir sobre alguns aspectos que acredito sejam relevantes e portanto a tirar suas próprias conclusões, sendo você professor, pai ou alguém que simplesmente sinta-se engajado no papel de educador. Afinal, pais, professores e sociedade, num trabalho conjunto, deveriam ser responsáveis pela formação do indivíduo como um todo.
Se analisarmos a partir da perspectiva do ensino escolar, atualmente o sistema educacional impõe que as escolas sigam certas normas de acordo com parâmetros currículares nacionais. Há uma grande preocupação em se passar o máximo de informação possível a cada indivíduo que frequenta uma escola, visando prepará-lo para uma profissão, com maior enfoque em seu desenvolvimento intelectual.
Como educadora arrisco-me a dizer que deveria haver uma reformulação dos regulamentos educacionais. Ensinar só tem sentido e significado se interligado às experiências com o mundo real, com o conhecimento, o saber, com a ética e a responsabilidade social, com o outro e com nós mesmos, numa visão de educação integradora e formadora de caráter.
De uma perspectiva da educação familiar, em geral o que se observa hoje em dia é que os pais estão muito preocupados em gerar o maior conforto material possível para seus filhos, proporcionando-lhes o alimento, vestuário, entretenimento, enfim, acesso a tudo que se tem de mais moderno que se possa adquirir. Nota-se que pouco vem sendo investido nas relações pessoais e na formação dos valores das crianças e jovens. Os pais trabalham muito e não tem muito tempo para investir neste trabalho vital, talvez por esta razão acabem compensando com o material.
Em função das exigências da sociedade e de um mercado de trabalho altamente competitivo, pais e educadores acabam contribuindo para que os jovens se tornem competentes e objetivos. Resta, no entanto, a pergunta: Serão eles felizes? Ou, na verdade, jovens estressados e insensíveis?
Ao meu ver, nada há de errado em prover os jovens tanto com um desenvolvimento intelectual quanto com um conforto material. O que todavia me preocupa é o exagero e a prioridade dada a tais pontos, que se tornaram os mais importantes na formação do indivíduo.
Gostaria de sugerir aqui um triângulo entre o “Saber” o “Ter” e o “Ser”, o qual chamarei de desenvolvimento emocional de um indivíduo e que na minha opinião, muitas vezes, vem sendo esquecido nos contextos escola e lar.
Além das capacidades cognitivas e intelectuais, deveríamos também ajudar nossas crianças e jovens a desenvolverem suas capacidades sociais e afetivas, como a habilidade de compreender os outros, a maneira de aceitar, lidar e conviver com o outro; a capacidade de se relacionar consigo mesmo, de se autoconhecer, de administrar seus sentimentos e emoções em favor de seus projetos, ter auto-estima e auto-confiança por aquilo que se é.
Deveríamos estimulá-los a serem eles mesmos, ressaltando e ajudando-os a explorar seus próprios potenciais, que só a cada um pertencem e que fazem toda a diferença. Ajudá-los a sonhar, não a renunciar aos sonhos e sim torná-los realidade; transmitir valores importantes para a vida, a terem um maior comprometimento com a sociedade e levá-los, assim, a descobrirem que o que devem oferecer é o que são, além do que sabem e do que têm.
Enfim, este deveria ser o nosso papel no século XXI – a formação integral do ser humano, através de um trabalho conjunto das escolas e famílias, sendo educadores e pais exemplos bons e positivos a serem seguidos.
As poucas linhas que aqui escrevo não têm a intenção de definir o que deva ser o ensino nestes novos tempos. Na verdade, gostaria de convidar você, leitor, a refletir sobre alguns aspectos que acredito sejam relevantes e portanto a tirar suas próprias conclusões, sendo você professor, pai ou alguém que simplesmente sinta-se engajado no papel de educador. Afinal, pais, professores e sociedade, num trabalho conjunto, deveriam ser responsáveis pela formação do indivíduo como um todo.
Se analisarmos a partir da perspectiva do ensino escolar, atualmente o sistema educacional impõe que as escolas sigam certas normas de acordo com parâmetros currículares nacionais. Há uma grande preocupação em se passar o máximo de informação possível a cada indivíduo que frequenta uma escola, visando prepará-lo para uma profissão, com maior enfoque em seu desenvolvimento intelectual.
Como educadora arrisco-me a dizer que deveria haver uma reformulação dos regulamentos educacionais. Ensinar só tem sentido e significado se interligado às experiências com o mundo real, com o conhecimento, o saber, com a ética e a responsabilidade social, com o outro e com nós mesmos, numa visão de educação integradora e formadora de caráter.
De uma perspectiva da educação familiar, em geral o que se observa hoje em dia é que os pais estão muito preocupados em gerar o maior conforto material possível para seus filhos, proporcionando-lhes o alimento, vestuário, entretenimento, enfim, acesso a tudo que se tem de mais moderno que se possa adquirir. Nota-se que pouco vem sendo investido nas relações pessoais e na formação dos valores das crianças e jovens. Os pais trabalham muito e não tem muito tempo para investir neste trabalho vital, talvez por esta razão acabem compensando com o material.
Em função das exigências da sociedade e de um mercado de trabalho altamente competitivo, pais e educadores acabam contribuindo para que os jovens se tornem competentes e objetivos. Resta, no entanto, a pergunta: Serão eles felizes? Ou, na verdade, jovens estressados e insensíveis?
Ao meu ver, nada há de errado em prover os jovens tanto com um desenvolvimento intelectual quanto com um conforto material. O que todavia me preocupa é o exagero e a prioridade dada a tais pontos, que se tornaram os mais importantes na formação do indivíduo.
Gostaria de sugerir aqui um triângulo entre o “Saber” o “Ter” e o “Ser”, o qual chamarei de desenvolvimento emocional de um indivíduo e que na minha opinião, muitas vezes, vem sendo esquecido nos contextos escola e lar.
Além das capacidades cognitivas e intelectuais, deveríamos também ajudar nossas crianças e jovens a desenvolverem suas capacidades sociais e afetivas, como a habilidade de compreender os outros, a maneira de aceitar, lidar e conviver com o outro; a capacidade de se relacionar consigo mesmo, de se autoconhecer, de administrar seus sentimentos e emoções em favor de seus projetos, ter auto-estima e auto-confiança por aquilo que se é.
Deveríamos estimulá-los a serem eles mesmos, ressaltando e ajudando-os a explorar seus próprios potenciais, que só a cada um pertencem e que fazem toda a diferença. Ajudá-los a sonhar, não a renunciar aos sonhos e sim torná-los realidade; transmitir valores importantes para a vida, a terem um maior comprometimento com a sociedade e levá-los, assim, a descobrirem que o que devem oferecer é o que são, além do que sabem e do que têm.
Enfim, este deveria ser o nosso papel no século XXI – a formação integral do ser humano, através de um trabalho conjunto das escolas e famílias, sendo educadores e pais exemplos bons e positivos a serem seguidos.
Foto: Crianças numa escola em Thalwil, 1995. (Keystone Archive)
Jacqueline De Brida, Zurique - Suíça
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