Assisti esta semana Okuribito (Departures), filme japonês ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano, e não poderia deixar de recomendá-lo na Íntegra. Na história, o violoncelista Daigo Kobayashi, que perde seu emprego numa orquesta sinfônica de Tóquio, resolve desistir da vida de músico e voltar com a mulher para sua terra natal no interior do Japão. Na cidade, encontra no jornal o anúncio de um emprego muito bem pago, entitulado "Departures". Pensando em se tratar de uma agência de viagens, Kobayashi se candidata à vaga. Para seu espanto, na entrevista ele descobre que a agência NK é na verdade uma agência funerária que necessita de um "Nokanshi" ou "encoffiner", profissional do cerimonial japonês que prepara os mortos para o funeral, partida ("departure") e entrada na próxima vida. O filme gira em torno da morte e do elaborado ritual japonês de preparação, limpeza e apresentação de cadáveres que envolve alta precisão, delicadez, graça e máximo respeito pelos mortos e suas famílias.
Colocando em palavras a idéia parece muito estranha, quase macabra, é preciso assistir para entender a poesia, emoção e beleza deste filme. Comovente, sem ser apelativo ou piegas. Profundo, sensível e humano, nos leva a uma viajem sem precedentes à cultura japonesa. Para mim o grande mérito de Okuribito é a simplicidade. Não há nada de grandioso ali, a fotografia não é monumental, nada da beleza colorida dos filmes asiáticos, a música não é originalissima, Beethoven e Bach nas suas mais tradicionais sinfonias. Mas no todo o filme funciona, exatamente como uma perfeita sinfonia. Prova de que não é preciso recursos milionários, grandes produções ou alta tecnologia para se construir uma grande obra cinematográfica.
Imperdível! Sua forma de pensar sobre a morte não será mais a mesma!
Cristina Pereira (Zurique, Suíça)
Colocando em palavras a idéia parece muito estranha, quase macabra, é preciso assistir para entender a poesia, emoção e beleza deste filme. Comovente, sem ser apelativo ou piegas. Profundo, sensível e humano, nos leva a uma viajem sem precedentes à cultura japonesa. Para mim o grande mérito de Okuribito é a simplicidade. Não há nada de grandioso ali, a fotografia não é monumental, nada da beleza colorida dos filmes asiáticos, a música não é originalissima, Beethoven e Bach nas suas mais tradicionais sinfonias. Mas no todo o filme funciona, exatamente como uma perfeita sinfonia. Prova de que não é preciso recursos milionários, grandes produções ou alta tecnologia para se construir uma grande obra cinematográfica.
Imperdível! Sua forma de pensar sobre a morte não será mais a mesma!
Cristina Pereira (Zurique, Suíça)
4 comentários:
Meus parabéns pelo novo visual. Acho muito bom o trabalho de vocês. O blog está informativo e também muito bem ilustrado. Virei agora "habitué". Alexander Thoele
Oi! Um amigo me contou a respeito deste filme e fiquei super curiosa. Faz realmente bastante tempo que não assisto filmes japoneses. O último que me lembro é um que se chama Escola de Riso, se não me engano. Quem gosta de metalinguagem ou obra dentro de obra, coisa leve, (não chega a ser um exaustivo script a la Charlie Kaufman...esse último filme dele eu quase pirei pra acompanhá-lo), mas com toque de humor japonês, vai gostar, acredito. Mas o que queria saber mesmo é: o Departures está no circuito aqui de São Paulo já? Ou vc o assistiu em DVD? Tem título em português ou é esse mesmo?
Obrigada! e eu encontrei esse blog por acaso, mas gostei bastante!
ups...vc está em Zurique...agora entendi... Ele ganhou prêmio por melhor filme estrangeiro? ou foi o Valsa com Bashir?
Oi Denise,
Que ótimo que encontrou nosso blog e gostou! A gente tá sempre batalhando para divulgar e é legal saber que as pessoas também chegam a ele "por acaso", e mais legal ainda vc ter deixado um comentário.
Obrigada tbem Alexander, esperamos manter o blog sempre atualizado e interessante e tê-lo conosco "habitue" ;-).
Sobre Okuribito, Denise, eu não sei se já chegou em SP, ou ainda virá, o título em portugues é "A Partida".
Ao contrário das expectativas o israelense Vals Im Bashir não levou o Oscar, era favorito e já trazia no bolso um Globo de Ouro, um Cesar, um LAFCA e um British Independent Film Award de melhor filme em língua estrangeira e tantos outros prêmios de festivais internacionais na categoria de animação. Eu ainda não assisti, mas estou curiosíssima, está na fila, espero ver esta semana. Mas a idéia de utilizar animação para fazer um documentário onde não se sabe bem distinguir o que é real e o que é imaginário já me agrada de antemão, imagino ser uma grande obra também.
Eu não assisti Escola de Riso, vou anotar a dica! Eu nem sempre gosto de filmes japoneses, às vezes acho que é por causa da diferença cultural, não sei, nem sempre consigo entrar na história, tenho aquele feeling de uma coisa hermética, fechada a minha compreensão. Mas com Okuribito foi diferente, li uma crítica dizendo que o diretor tentou usar recursos para torná-lo mais ocidentalizado e ter mais aceitação fora do Japão, talvez tenha sido por isto que desta vez realmente entrei na história, me emocionou muito.
Um abraço e continue lendo a Íntegra!! Cristina
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