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domingo, 1 de março de 2009

O lutador

A gente costuma esquecer que uma celebridade é só um ser humano. Pior é quando o sucesso sobe a cabeça e a própria estrela não se recorda disso.
„O lutador“ é uma história triste, difícil de engolir. Fiquei calada durante algumas horas após o filme. Os anos de glória passam, perde-se a juventude, a saúde, a carreira, e não há ninguém para dividir a dor ou que se importe por você.

Então porque assistir esse filme, ainda mais sobre Luta Livre, um esporte violento?
Por causa de Mickey Rourke. Para ser testemunha de sua ressureição.
Exatamente como seu personagem Randy Robinson no filme, Rourke fez tudo errado em sua vida real. Em seu auge, recusou papéis como o de Bruce Willis em Pulp Fiction ou o de Tom Cruise em Rain Man (e tivemos que agüentar a carinha do eterno baby face). Casado com uma modelo viciada em drogas, ele optou pela carreira de lutador de boxe. Era um sonho antigo. Acabou com seu rosto e com sua carreira como ator. Ficou sem um puto. A mulher o abandonou. Viu o fundo do poço.

O aclamado diretor Darren Aronofsky (Requiem for a dream, esse também um filmaço!) decidiu dar uma segunda chance a Rourke com uma condição: o ator não poderia falar toda hora „fuck“ durante as filmagens, como de costume.

Ele não diz o palavrão no filme mas várias partes do texto parecem ser um desabafo dele próprio:
„Odiei os anos 90, foram horríveis.“
„Eu não ouço tão bem quanto antigamente nem sou mais tão bonito como era mas eu ainda estou aqui!“
„Eu só sou um velho pedaço de carne e eu mereço estar sozinho.“
„Com um pouco de sorte eu posso voltar ao topo.“

Mickey Rourke ganhou o Globo de Ouro e foi indicado ao Oscar como melhor ator neste filme. Bom, pra mim essas coisas não contam muito mas que ele mereceu o prêmio, mereceu!

Magda Hammer (Zurique, Suíça)

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