Tenho que confessar: adoro o Natal e todas as suas celebrações. Acho as luzes e ornamentos nas ruas e lojas lindos. Saio especialmente para admirá-los. Adoro ouvir as mesmíssimas músicas de Natal que passam todos os anos no rádio três vezes ao dia: Merry Christmas de John Lennon, Driving Home for Christmas de Chris Rea, Last Christmas de Wham, Thanks God it’s Christmas de Queen, etc – ok, odeio Então é Natal de Simone - Pera aí também, não precisa exagerar no mal gosto! Gosto muito aqui na Europa de visitar os mercados de Natal, olhar as quinquilharias e fazer a parada obrigatória nas barracas para tomar o glühwein (uma espécie de quentão daqui) com amigos.
Outro costume bem centro-europeu é fazer mil espécies de biscoitos, sequilhos que só se come nesta época. Fazê-los mesmo eu nunca me animei. Cheguei até a comprar as formas, os ingredientes, mas era tanto trabalho e receita que desisti. Já comer esses mil biscoitinhos, é a minha especialidade! Vamos ganhando as caixinhas de sequilhos de amigos, de parentes, de colegas. Compramos outras variedades no supermercado e em janeiro, percebemos que a cota de biscoitos a serem comidos durante o ano todo já foi alcançada.
Ceias, jantares, almoços, brunches, encontros de Natal: com as brasileiras, com os colegas de trabalho, com os companheiros do curso de alemão, com os melhores amigos, com o grupo de latinos... Estresse, estresse, estresse. Comilança, comilança, comilança. Bebedeira, bebedeira, bebedeira. Mas o Natal é realmente a desculpa para se encontrar, para fazer algo junto, com gente que conseguimos ver pouco durante o ano. É a grande festa de confraternização. Todo mundo é bom, amigo e quer transmitir esse espírito um ao outro antes de 24 de dezembro. Ainda bem que aqui não há o costume de fazer amigo secreto. Imaginem o trabalho de comprar trocentos presentes para os amigos secretos!
Aqui na Europa gosto de Natais que sejam muito frios e com muita neve do lado de fora. É uma desculpa para ficar a maior parte do tempo dos dias que antecedem e procedem a data dentro de casa, sem fazer muita coisa, embrulhando presente, escrevendo emails e enviando cartões eletrônicos, tomando chá e, claro, comendo os biscoitinhos. Quando neva, paira no ar o verdadeiro clima de Natal. Tudo fica bastante silencioso e introspectivo. É esse o tempo que dedicamos às nossas famílias.
Porém, há também aspectos que não gosto de forma nenhuma. O consumismo desenfreado é um deles. As pessoas parecem utilizar o Natal como uma razão a mais para comprar. O comércio fica insuportavelmente cheio, com aquela multidão altamente mal educada e grosseira. Nestes momentos me pergunto onde o verdadeiro espírito natalino foi parar. Outro fator que eu sinto falta aqui é a caridade das pessoas. Ainda que seja um ato pontual do brasileiro, sempre damos a gorjeta de Natal do gari, dos assistentes do trabalho, da moça da faxina. Aqui não vejo muito isso acontecendo. Quando eles doam dinheiro, geralmente mandam para alguma missão na África – tipo Dafur. Não deixa de ser uma causa muito nobre, mas na minha opinião é algo anônimo.
De qualquer forma, a festa natalina é para mim uma época de reflexão, que me ajuda a fazer a retrospectiva do ano e criar metas para o seguinte. E como é bom ter esperanças de um novo ano por vir, muito melhor do que passou!
Cecília Zugaib (Zurique, Suíça)
Outro costume bem centro-europeu é fazer mil espécies de biscoitos, sequilhos que só se come nesta época. Fazê-los mesmo eu nunca me animei. Cheguei até a comprar as formas, os ingredientes, mas era tanto trabalho e receita que desisti. Já comer esses mil biscoitinhos, é a minha especialidade! Vamos ganhando as caixinhas de sequilhos de amigos, de parentes, de colegas. Compramos outras variedades no supermercado e em janeiro, percebemos que a cota de biscoitos a serem comidos durante o ano todo já foi alcançada.
Ceias, jantares, almoços, brunches, encontros de Natal: com as brasileiras, com os colegas de trabalho, com os companheiros do curso de alemão, com os melhores amigos, com o grupo de latinos... Estresse, estresse, estresse. Comilança, comilança, comilança. Bebedeira, bebedeira, bebedeira. Mas o Natal é realmente a desculpa para se encontrar, para fazer algo junto, com gente que conseguimos ver pouco durante o ano. É a grande festa de confraternização. Todo mundo é bom, amigo e quer transmitir esse espírito um ao outro antes de 24 de dezembro. Ainda bem que aqui não há o costume de fazer amigo secreto. Imaginem o trabalho de comprar trocentos presentes para os amigos secretos!
Aqui na Europa gosto de Natais que sejam muito frios e com muita neve do lado de fora. É uma desculpa para ficar a maior parte do tempo dos dias que antecedem e procedem a data dentro de casa, sem fazer muita coisa, embrulhando presente, escrevendo emails e enviando cartões eletrônicos, tomando chá e, claro, comendo os biscoitinhos. Quando neva, paira no ar o verdadeiro clima de Natal. Tudo fica bastante silencioso e introspectivo. É esse o tempo que dedicamos às nossas famílias.
Porém, há também aspectos que não gosto de forma nenhuma. O consumismo desenfreado é um deles. As pessoas parecem utilizar o Natal como uma razão a mais para comprar. O comércio fica insuportavelmente cheio, com aquela multidão altamente mal educada e grosseira. Nestes momentos me pergunto onde o verdadeiro espírito natalino foi parar. Outro fator que eu sinto falta aqui é a caridade das pessoas. Ainda que seja um ato pontual do brasileiro, sempre damos a gorjeta de Natal do gari, dos assistentes do trabalho, da moça da faxina. Aqui não vejo muito isso acontecendo. Quando eles doam dinheiro, geralmente mandam para alguma missão na África – tipo Dafur. Não deixa de ser uma causa muito nobre, mas na minha opinião é algo anônimo.
De qualquer forma, a festa natalina é para mim uma época de reflexão, que me ajuda a fazer a retrospectiva do ano e criar metas para o seguinte. E como é bom ter esperanças de um novo ano por vir, muito melhor do que passou!
Cecília Zugaib (Zurique, Suíça)
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