Lixo. Não serve mais. Já usou. Já gastou. Joga fora no lixo. E alguém já cantou. E todo mundo produz lixo. No Rio de Janeiro, costumava usar as (malditas) sacolinhas de plástico do supermercado forrando um balde de plástico como minha lixeira. Todo lixo da casa, que não era jornal ou PET, ia pra lá. Depois, os prédios cariocas em que já morei tinham um sistema sensacional: era só abrir uma portinha mágica, que costumava ficar perto da escada de cada andar, e jogar o lixo fora. Só tinha um inconveniente, essa portinha mágica fedia. Os jornais e PETs colocava-se no elevador, alguns moradores avisavam ao porteiro para retirar o lixo lá embaixo. Fim. O lixo se foi para sempre. “Joguei fora”. Tudo muito simples.
Mas, nada é para sempre... Logo, na periferia, a saga do lixo continua. Montanhas enormes crescem e crescem. Em ano de eleição, provavelmente, alguém pode tocar no assunto do destino do lixo. Soluções inovadoras e DEFINITIVAS surgem. E só surgem...
Reciclagem? Sim, tem alguns pontos de reciclagem de papel na cidade, que funcionam como cooperativas dos catadores de papel. Visitei a do bairro de Botafogo. PET algumas ONGs trabalham o material, visitei uma no bairro vizinho de Laranjeiras e outra na Gávea. Sim, seja qual for o motivo motor dessas ONGs ou cooperativas, acredito que são trabalhos válidos na direção do tratamento do lixo. Um ponto a destacar: os catadores de papel, cooperativados ou não, compram o papel. Sim, é o trabalho deles. Os que trabalham na cooperativa recebem um salário de miséria. Novidade nenhuma.
Sempre produzindo lixo, fiz algumas visitas prolongadas à Paris. Lá a experiência foi rápida. Em algumas regiões não vi separação alguma do lixo. Tudo junto nos containers. Aquele caminhão de lixo voraz passa e leva. Num bairro mais rico a coleta era seletiva. Tudo separadinho: papel, papelão, vidro, plásticos e plásticos, lixo orgânico, alumínio, etc.
Ainda produzindo lixo, morei quase dois anos em Zurique. Lá, digo logo, foi a experiência mais limpa que tive com o lixo. Acredito que em boa parte dos países, os impostos sejam direcionados para a questão do lixo. Lá, pagou-levou. As sacolinhas de lixo devem ser compradas.
Papel e papelão devem ser separados e devidamente amarrados, cada um tem seu dia de coleta. PETs são retornados aos supermercados. Importantíssimo, pilhas e baterias também. E lâmpadas queimadas também. Cada um no seu lugarzinho. Os vidros são separados por cor e devem ser depositados nos pontos de coleta específicos onde também tem um container para os alumínios. Uma razão para toda essa separação deve existir.
O que não foi depositado nos pontos de coleta, vai para a sacolinha comprada. A sacolinha comprada, vai para a estação de “tratamento”. Dizem ser uma das mais caras da Europa. Tecnologia de ponta. Sei que sai uma fumaça branca de lá. Dizem que é limpa.
Isso no dia-a-dia, porque, acreditem, “jogar fora” em Zurique pode se tornar um pesadelo. Eletrônicos, móveis, tudo e sei lá mais o que deve ser depositado no seu lugar específico. Algumas vezes, com taxas bem específicas. “Se livrar” de algo pode também custar caro.
Agora, ainda produzindo lixo, estou em Sydney, na Austrália. Na garagem do prédio onde moro tem um quartinho do lixo. Fedorento. Cointainers de tampa vermelha para o lixo em geral, que normalmente embalo, novamente, nas (malditas) sacolinhas de plástico dos supermercados. Os de tampa amarela, com dois compartimentos, um para papel e papelão e outro para vidros, latas e PET. Não faço a menor idéia para onde isso tudo vai, ou o que acontece quando, na segunda-feira, os containers voltam vazios para o quartinho, depois de passarem o domingão tomando sol em frente ao prédio.
Esses dias recebi uma cartinha da prefeitura local, dizendo que, agora, o de tampa amarela não terá mais a divisão que antes separava o papel e papelão das garrafas em geral. Tudo bem. Afinal, continuamos tendo pelo menos um container de lixo que será reciclado. Mas, se alguém pode fazer (separar) por mim, por que eu separaria? Não é!? Muita gente pensa assim...
E ainda fica a questão: para onde isso tudo vai? Às vezes penso quando vou ao quartinho fedorento me livrar do que estava sujando o meu ap. Não que eu tenha grande apego à matéria. Muito pelo contrário. Mas e então, tudo agora acaba no quartinho fedorento?
Mas, nada é para sempre... Logo, na periferia, a saga do lixo continua. Montanhas enormes crescem e crescem. Em ano de eleição, provavelmente, alguém pode tocar no assunto do destino do lixo. Soluções inovadoras e DEFINITIVAS surgem. E só surgem...
Reciclagem? Sim, tem alguns pontos de reciclagem de papel na cidade, que funcionam como cooperativas dos catadores de papel. Visitei a do bairro de Botafogo. PET algumas ONGs trabalham o material, visitei uma no bairro vizinho de Laranjeiras e outra na Gávea. Sim, seja qual for o motivo motor dessas ONGs ou cooperativas, acredito que são trabalhos válidos na direção do tratamento do lixo. Um ponto a destacar: os catadores de papel, cooperativados ou não, compram o papel. Sim, é o trabalho deles. Os que trabalham na cooperativa recebem um salário de miséria. Novidade nenhuma.
Sempre produzindo lixo, fiz algumas visitas prolongadas à Paris. Lá a experiência foi rápida. Em algumas regiões não vi separação alguma do lixo. Tudo junto nos containers. Aquele caminhão de lixo voraz passa e leva. Num bairro mais rico a coleta era seletiva. Tudo separadinho: papel, papelão, vidro, plásticos e plásticos, lixo orgânico, alumínio, etc.
Ainda produzindo lixo, morei quase dois anos em Zurique. Lá, digo logo, foi a experiência mais limpa que tive com o lixo. Acredito que em boa parte dos países, os impostos sejam direcionados para a questão do lixo. Lá, pagou-levou. As sacolinhas de lixo devem ser compradas.
Papel e papelão devem ser separados e devidamente amarrados, cada um tem seu dia de coleta. PETs são retornados aos supermercados. Importantíssimo, pilhas e baterias também. E lâmpadas queimadas também. Cada um no seu lugarzinho. Os vidros são separados por cor e devem ser depositados nos pontos de coleta específicos onde também tem um container para os alumínios. Uma razão para toda essa separação deve existir.
O que não foi depositado nos pontos de coleta, vai para a sacolinha comprada. A sacolinha comprada, vai para a estação de “tratamento”. Dizem ser uma das mais caras da Europa. Tecnologia de ponta. Sei que sai uma fumaça branca de lá. Dizem que é limpa.
Isso no dia-a-dia, porque, acreditem, “jogar fora” em Zurique pode se tornar um pesadelo. Eletrônicos, móveis, tudo e sei lá mais o que deve ser depositado no seu lugar específico. Algumas vezes, com taxas bem específicas. “Se livrar” de algo pode também custar caro.
Agora, ainda produzindo lixo, estou em Sydney, na Austrália. Na garagem do prédio onde moro tem um quartinho do lixo. Fedorento. Cointainers de tampa vermelha para o lixo em geral, que normalmente embalo, novamente, nas (malditas) sacolinhas de plástico dos supermercados. Os de tampa amarela, com dois compartimentos, um para papel e papelão e outro para vidros, latas e PET. Não faço a menor idéia para onde isso tudo vai, ou o que acontece quando, na segunda-feira, os containers voltam vazios para o quartinho, depois de passarem o domingão tomando sol em frente ao prédio.
Esses dias recebi uma cartinha da prefeitura local, dizendo que, agora, o de tampa amarela não terá mais a divisão que antes separava o papel e papelão das garrafas em geral. Tudo bem. Afinal, continuamos tendo pelo menos um container de lixo que será reciclado. Mas, se alguém pode fazer (separar) por mim, por que eu separaria? Não é!? Muita gente pensa assim...
E ainda fica a questão: para onde isso tudo vai? Às vezes penso quando vou ao quartinho fedorento me livrar do que estava sujando o meu ap. Não que eu tenha grande apego à matéria. Muito pelo contrário. Mas e então, tudo agora acaba no quartinho fedorento?
Alice Peixoto - Sydney - Austrália
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