A Revista Íntegra, após cinco anos de publicações, chega ao fim.
Convidamos você a conferir esta última edição. Saiba mais...

domingo, 25 de novembro de 2007

Reconhecimento de diplomas

Na Suíça, com um bom conhecimento da língua alemã, pode-se tentar reconhecer um diploma adquirido no exterior.

Endereços úteis:

1. Informações gerais: Bundesamt für Berufsbildung und Technologie (BBT), Ausbildungsordnungem, Effingerstrasse 27, 3003 Bern,telefone: 031-323-7571,
http://www.bbt.admin.ch/

2. Para iniciar um estudo universitário entrar emcontato com a universidade competente: Informações: Schweizerische Zentralstelle fürHochschulwesen, Informationsstelle für Aequivalenzen,Sennweg 2, 3012 Bern, telefone: 031-306-6032,
http://www.crus.ch/

3. Profissões no campo de educação e no campo social: EDK, Konferenz der Kant. Erziehungsdirektoren, Zähringerstrasse 25, Postfach, 3001 Bern, 031-309-5111,
www.cdip.ch/Start/mainStart_d.html

4. Aconselhamento profissional
http://www.berufsberatung.ch/

Crianças interculturais



Nesta entrevista abordamos alguns aspectos sobre a aprendizagem e alfabetização dos filhos de imigrantes que, desde que nascem, são confrontados com mais de um idioma. Para esclarecer algumas dúvidas o Fanzine Íntegra conversou com Arlete Baumann, professora com formação em Letras/Tradução–Intérprete, presidente da Associação Brasileira de Educação e Cultura na Suíça e principalmente mãe.

FI: Os filhos de imigrantes são confrontados desde cedo com pelo menos “duas línguas maternas”. Primeiro então, qual seria do ponto de vista de aprendizagem a língua materna de uma criança filha de imigrante? Aquela que ela aprende em casa com os pais ou a que será desenvolvida na vida escolar?
AB: Partindo do princípio de que a língua materna é aquela na qual o indivíduo se sente seguro para expressar suas emoções, sentimentos e necessidades, pode-se dizer que, talvez, durante os primeiros anos de vida a língua materna da criança seja a primeira que aprendeu com os pais e que, a partir de certa idade ela passe a dominar tão bem a língua que o cerca, que se pode referir a duas (ou mais) línguas maternas. É possível que o domínio e a fluência se desenvolvam paralelamente nas duas línguas, ou não.


FI: No caso das crianças aqui na Suíça-alemã, em que um dos pais usa o português, mas o outro fala o suíço-alemão e, na escola, ela é confrontada ainda com o alemão alto. Como se dá esse processo de aprendizagem que para o adulto já não é tão simples?
AB: Via de regra as crianças aprendem com mais facilidade do que os adultos, principalmente se têm um ambiente estimulante em casa. Ela repete o que ouve, sem se preocupar com erros de gramática ou sintaxe; a criança em geral é desinibida. Claro que se deve considerar também a aptidão de cada criança, como indivíduo. Há aqueles que são melhores em línguas do que em matemática e vice versa!

FI: A criança consegue fazer bem a distinção de situações e saber quando usar um idioma ou o outro?
AB: A criança vive a experiência de ser bilíngüe de forma muito natural. Ela sabe perfeitamente que língua falar e com quem! O que se deve evitar são situações embaraçosas em que a criança se envergonhe e fique inibida, como por exemplo, em visita à família no país de origem a insistência para que a criança fale alemão/português perante os tios, avós, só para mostrar que sabe: “olha, gente, ele fala alemão(ou português), que gracinha! Fala aí pro titio ver!”


FI: Qual seria a idade ideal para uma criança começar a freqüentar aulas de português?
AB: Em minha opinião a idade ideal para começar a freqüentar aulas de português é entre quatro e cinco anos, isto é, na fase do jardim de infância (Kindergarten). Nesta fase da vida, a criança vai fi xar o vocabulário básico. Através de atividades lúdicas, de contos, canções, rituais e festas populares, a criança vai desenvolver o vocabulário das emoções, dos sentimentos, da fantasia (o futuro da literatura!). Esta fase inclui os dois anos de Jardim e o primeiro ano do estudo fundamental - o que equivaleria à Educação Infantil.


FI: Finalmente, qual é o papel de pais e professores nesse processo de aprendizagem multicultural?
AB: Os pais e professores têm um papel fundamental para o bom andamento da aprendizagem. Principalmente para a aprendizagem do português, que é nossa língua materna, pois estamos “longe da fonte”. Não temos toda a influência do meio ambiente. Se quisermos dar este presente aos nossos fi lhos, devemos nos esforçar e atentar para que eles tenham prazer em aprender nossa língua. Aqui, alguns pontos que acho muito importantes:
• Manter um ambiente estimulante em casa. Ter sempre livros, CDs, filmes em português ao alcance das crianças.
• Matricular as crianças num curso de língua e cultura maternas (Kurse in heimatlicher Sprache und Kultur – HSK. O contato da HSK no cantão de Zurique é: www.vsa.zh.ch
• Procurar o contato com os professores dos fi lhos, manter- se informado do que se passa na escola, interessar-se pelas atividades escolares e culturais
• E finalmente: Estimular, sim. Obrigar, jamais!!

ABEC - Associação Brasileira de Educação e Cultura
Tel: 052 203 1017

www.abec.ch

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Dançando no escuro


Uma profissão bastante procurada por mulheres estrangeiras na Suíça é a de dançarina de cabaré. Para algumas, é sonho: uma maneira rápida de ganhar dinheiro. Para outras, é motivo de vergonha. No entanto, muitas chegam nos cabarés suíços sem ter idéia do que as espera. A brasileira Regina, que não quis revelar seu nome por motivo de segurança, em seu depoimento dado exclusivamente à reportagem de Íntegra, conta: "Ter sido dançarina num cabaré deixou fortes marcas em minha vida". Com um contrato fechado com uma agência especializada, Regina acreditava estar segura. Fez as malas para a Suíça e, ao chegar lá, descobriu que aquele não era o trabalho de seus sonhos. Mas, com a mãe doente, precisava enviar dinheiro para a família. "Fui contratada como dançarina striper e recebi um visto tipo L, um visto temporário, com a validade de oito meses, que autoriza o trabalho como dançarina, unicamente”, afirma a brasileira.

Atualmente, as condições de trabalho e estadia das dançarinas são regulamentadas com precisão. Em um contrato de trabalho padrão devem estar descritas, de forma detalhada, quais são os serviços profissionais, a natureza das atividades e os direitos sociais. Está estritamente estipulado que as dançarinas não devem incitar os clientes a consumir álcool, nem oferecer serviços sexuais. Porém, no cotidiano, não é bem assim que acontece.
Ao chegar em Zurique, Regina foi encaminhada a um dos alojamentos reservado para as dançarinas de Cabaré, com outras mulheres, cada uma vindo de um lugar diferente. "Era um quarto, em um vilarejo. Cheguei a ficar três dias sem comer. Ficamos abandonadas, assustadas. Não recebemos nenhum tipo de orientação como seria a vida aqui", relata. No local de trabalho, Regina conta que era obrigada a beber. “Se não bebesse, descontariam uma parte do meu salário, como já aconteceu. Ao ir com um cliente para o quarto, era obrigada a levar uma garrafa de vinho ou champanhe, e só podia voltar com a garrafa vazia. Muitas vezes, o cliente já estava tão bêbado, e eu também, que esvaziava a garrafa no banheiro", confessa. "Quanto ao sexo, fica a cargo de cada uma, ou da sorte de ter um chefe que não a obrigue". Acontece freqüentemente que, por não falar o idioma local, a dançarina não compreenda seu contrato de trabalho e fique desamparada, a mercê das ordens do empregador. Regina conta que deixou de ser dançarina de cabaré graças a uma licença médica que conseguiu por estar com uma grave infecção nos rins, mas denuncia: "Tem mulher que não sai, fica ali bebendo. Ou não só bebendo. Rola muita droga lá dentro. Tem muita disputa entre as mulheres, ciúme, inveja. Não se pode fechar o olho, se não corre o risco de alguém temperar um pouco mais seu vinho. A vida no cabaré é uma guerra.
Saí de lá, mas o cabaré fica como uma mancha que não sai".

Se você deseja ou conhece alguém que precise de mais informações sobre este tema, entre em contato:

Badenerstrasse 134 - Zurique, tel.: 044 240-4422, http://www.fizinfo.ch/

Langstrasse 21 - Zurique, tel.: 044 271-3500

Webergasse 15 - Basel, tel. 061 681-2414

sábado, 10 de novembro de 2007


A hora certa de engravidar: esta é uma questão contemporânea. Hoje, com a variedade de métodos contraceptivos, a mulher e seu parceiro são livres para decidir sobre o melhor momento de ter um filho. Mas, e quando este momento vai sendo adiado? Existe uma idade ideal para engravidar?
Segundo especialistas, fisiologicamente, a idade mais indicada para a mulher engravidar é entre 20 e 29 anos. A partir de então começam as dificuldades, que se acentuam após os 40 anos. Acontece que a fertilidade feminina começa a cair por volta dos 25 anos e tem declínio importante depois dos 35 anos. Isto porque pelo fato de as mulheres estarem engravidando cada vez mais tarde, os médicos constataram que os riscos da gravidez não aumentam dos 25 anos aos 30 anos. Apenas após os 35 anos uma gravidez é considerada de risco. Além de poderem ter mais dificuldade para engravidar, as mulheres a partir dos 35 anos, uma vez grávidas, estão mais sujeitas a sofrer abortos espontâneos. Por isso, recomenda-se que a mulher procure seu médico ginecologista assim que a menstruação atrasar ou suspeitar da gravidez.
Os abortos espontâneos podem ser devido a alguma malformação no embrião. Um caso relativamente comum de malformação é a síndrome de Down, que é causada por uma alteração nos cromossomos. Por outro lado, mulheres com mais de 35 anos estão mais propensas a ter gêmeos ou trigêmeos. Todos estes casos podem ser detectados através de exames, como o ultra-som. Feito nos primeiros meses, o exame pode detectar ainda o tempo de gravidez com erro de apenas cinco dias.
Mas até que ponto é realmente arriscada uma gravidez após os 35 anos?
Os médicos dizem que a partir desta idade os riscos de sofrer algum tipo de complicação são maiores. Por isso, aconselham às mulheres que pretendem ter filhos depois dos 35 anos, que procurem o médico antes de engravidar. E, claro, façam corretamente o pré-natal. Assim, os riscos da gravidez podem ser bastante reduzidos e controlados.
Portanto, se você pretende adiar a gravidez, quiser esperar um pouquinho mais para ter filhos ou, simplesmente, engravidar depois dos 35 anos: procure seu médico para um gestação e um bebê saudáveis!
Alice Peixoto

Volte a trabalhar na Suíça

Os desempregados do cantão de Zurique, inscritos no RAV (Regionale Arbeitsvermittlungszentren), podem ter mais uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho, conhecendo o Stiftung Chance.
O Stiftung Chance é uma instituição que oferece alguns programas de recapacitação profissional. Dentre eles, o programa Reaktiver, para quem está afastado do mercado de trabalho. O objetivo é atualizar profissionalmente os desempregados, proporcionando-lhes a oportunidade de reinserção no meio. Durante seis meses, os desempregados receberão treinamento teórico e prático, em algum dos seguintes campos de atuação: hospital, asilo, administração pública (öffentliche Verwaltung), escolas de igrejas e prefeituras, associações (Vereine), instituições (Stiftungen), bibliotecas, creches, universidades, lojas de segunda mão (Brockenhäuser), organizações ecológicas (Naturschutzorganisationen) etc.
Para participar, é preciso ter conchecimentos de alemão o suficiente para acompanhar o treinamento, estar desempregado e inscrito no RAV, tendo direito a receber do seguro desemprego ALV (Arbeitslose Versicherung). Além de não ser deficiente físico, nem mental e não ser dependente de drogas. É importante pedir aconselhamento, Beratung.
Mais informações: Grabenstrasse 3, 8952 Schlieren; telefone: 044-384-8686; http://www.chance.ch/
Alice Peixoto