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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

As tendências para 2010 - Thaís Aguiar

Nunca fui muito ligada em ASTROLOGIA. Há muitos anos convivo com meus familiares sempre trazendo boas novas, previsões ou constatações de um astrólogo indicado por alguém. Ouvia tudo atentamente, mas com pouca curiosidade. Isto até ir a um bate-papo sobre Astrologia no CEBRAC, aqui em Zurique. Confesso que fiquei encantada com as palavras da palestrante, o que me fez, é claro, marcar com ela um café.

Regina Helena Mariano, estudiosa da Astrologia e da Filosofia há mais de 30 anos, bacharel, licenciada e graduada como psicóloga pela FAMATH - Niterói, atua na área há mais de 20 anos. Com toda esta bagagem estava claro, que no mínimo, eu sairia deste bate-papo muito interessada no assunto depois de questionar diversos aspectos. Para minha alegria, supri minha sede de conhecimento a começar por questões bem simples, perguntando: O que é um mapa astral?
“Um mapa é o retrato do céu com a posição dos planetas no momento e local exatos do seu nascimento. É um DNA da alma com 10 corpos celestes que se distribuem numa mandala de 12 áreas que representam todos os setores da vida”.

Regina Helena costuma fazer uma analogia a uma pizza de 12 fatias com 10 azeitonas que se distribuem de forma única, representando cada ser. “Depois da análise de um mapa, você consegue ver com clareza todos os setores da vida de uma pessoa, como as relações sentimentais, o trabalho, a saúde, a família, a saúde, os valores e etc”.


Para Regina é muito importante que um astrólogo se dedique a compreensão deste sistema de linguagem simbólica, pois quanto maior a dedicação ao estudo dos mitos e arquétipos, maior o repertório a ser explorado por ele e consequentemente, mais rica será a leitura de um mapa.
Para ela, fazer um mapa de um bebê, traz uma riqueza infinita de conhecimento deste pequeno ser por parte dos pais. Uma ferramenta indispensável para incentivar os potenciais da criança o quanto antes, e ao mesmo tempo respeitando suas áreas de maior limite. Isto colabora, e muito, para a formação de um ser pleno, íntegro e feliz!

Regina, com toda sua tranqüilidade, começou a discorrer sobre a importância da psicologia dentro da astrologia. Para ela a astrologia, por si só, desenvolve uma grande percepção da psiquê e isto independe de um curso acadêmico. Mas, é claro, que estudos na área sempre somam. A psicologia traz uma maneira de compreender melhor uma importante parte da astrologia. Como passar esse conhecimento, como ler o mapa e enquadrá-lo à personalidade daquele que busca estas informações.
No Brasil, Regina trabalhou em parceria com muitos psicólogos desenvolvendo o mapa de seus clientes. Para muitos profissionais da área, um mapa minimiza a terapia em aproximadamente 20 sessões. Por exemplo, de uma maneira bastante superficial, num mapa, Saturno mostra os maiores desafios, quais as principais pedras no seu caminho. Urano sinaliza onde você tende a se rebelar. Netuno indica quais são os prováveis pontos que você não consegue ver com clareza em sua vida e tende a se confundir ou iludir-se. Plutão pode nos mostrar onde as transformações são maiores como perdas e renascimentos e a experiência da morte. E isto tudo de uma forma tão detalhada que é provável se surpreender e se desconcertar ao se identificar nos vários aspectos. O Sol, a Lua, Saturno e Vênus nas casas astrológicas mostram, com precisão, não só a dinâmica familiar como a personalidade e o comportamento dos pais em relação a pessoa.
O importante psicanalista suíço Carl Gustav JUNG, já usava mapas astrológicos no atendimento a seus clientes e sua filha se tornou a maior astróloga da Suíça em sua época.


Perguntei a Regina o que as pessoas buscam, em sua maioria, quando encomendam o mapa. A resposta foi imediata: "Buscam, infelizmente, saber sobre questões afetivas, financeiras e profissionais. Digo infelizmente não porque isto não seja bom, é claro que cada um tem suas necessidades maiores, mas porque poucos procuram para seu auto-desenvolvimento, para trabalhar seus maiores desafios explorando seus grandes potenciais muitas vezes ainda não identificados".

Na Suíça, onde está há 1 ano, Regina Helena já traçou diversos mapas, principalmente para os brasileiros, o que já deu a ela um pequeno panorama dos mais comuns pontos de conflito na comunidade imigrante. Para ela, uma das questões mais claras que pôde observar foi com relação aos casais binacionais. Estes, em sua maioria, enfrentam sérios problemas na criação dos filhos. Em relação a este tema, ela sempre se recorda e cita um importante pensamento de "Friedrich Nietzsche (1844-1900), em “A genealogia da moral”:

"Para ser feliz, o homem precisa afirmar sua potência (seu poder) e expandí-lo criativamente na vida. Quando essa é reprimida, ele leva uma existência submissa, apenas reativa. Sentimentos como culpa e ressentimento decorrem de valores estabelecidos pelo homem que não afirmou sua potência e sofre por isso."
“Nesse sentido, Nietzsche nos diz que a felicidade corresponde ao crescimento da nossa potência, a uma constante diferenciação de si mesmo, o que torna desnecessária toda crença em um ideal ascético, isto é, em um modelo de perfeição que esmaga as diferenças”, explica Regina.

Partindo deste pensamento é possível perceber o quão conflitante é para um casal com tantas diferenças/riquezas culturais, a criação de uma criança. Ainda mais dentro de um regime (suíço) que busca a hegemonia e a uniformidade do cidadão. Portanto, mais do que nunca é necessário uma postura dentro da família, não de repressão e sim de exaltação do que há de mais criativo, único e original numa criança, evitando assim o alto número de adolescentes perdidos que se sentem desajustados e que acabam, muitas vezes, por cometer atos impensados com consequências bastante dolorosas para toda a família.

O ano que inicia, 2010, não só permite como nos imporá estas transformações. Plutão em Capricórnio traz uma nova ordem a ser seguida. As formas rígidas e opressivas tendem a dar espaço a uma nova maneira de ser, mais criativa e livre, onde todos possam respeitar e exaltar as diferenças. Mas antes isso, infelizmente, teremos que assistir a ruína desses sistemas cristalizados, o que certamente trará grandes desafios à Humanidade.

Bom, depois desta conversa esclarecedora, onde fui uma ouvinte atenta, encomendei meu mapa e pude constatar que a ignorância (aquela que gera os preconceitos), nos impede, muitas vezes, de perceber que há muito mais instrumentos na vida que nos auxiliam a sermos seres mais humanos, num exercício diário e bastante consciente.
Obrigada aos sumerianos, a Regina Helena e a minha sede de conhecimento!

Thaís Aguiar - Zurique, Suíça

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