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sábado, 19 de dezembro de 2009

Mary and Max - Cristina Pereira

Foram raros os filmes que me tocaram tão profundamente quanto "Mary and Max". De uma sensibilidade reveladora, este filme de animação que utiliza a técnica chamada clayography (desenho com argila) é uma sublime obra de arte. Pela beleza do trabalho artesanal: mais de cinco anos foram investidos na produção, que teve cada personagem, cada objeto e detalhe das cenas desenhado e montado à mão por uma equipe de cinquenta profissionais, entre designers, artistas e animadores. E este trabalho artístico soberbo, vem acompanhado de uma história emocionante e inesquecível, inspirada pela vida do criador do filme, o australiano Adam Elliot.
Mary, uma menina australiana de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne nos anos 70, muito solitária, mas com uma mente perspicaz e criativa, resolve escrever para alguém nos EUA para tentar entender um dos grandes mistérios da vida: de onde vêm os bebês? “Na Austrália eles surgem de latas de cerveja, certamente na América eles devem surgir de latas de coca-cola”. E assim começa a inacreditável jornada da inusitada e tocante amizade entre Mary e Max.

Do outro lado do mundo, em Nova Iorque, vive Max, na meia idade, também muito solitário, judeu, obeso, e com enorme dificuldade em se ajustar ao mundo externo devido a uma desordem mental conhecida com Síndrome de Aspergers. Ao longo de suas vidas Mary e Max dividem acontecimentos marcantes, idéias, paixões e sofrimentos através de cartas e presentes, criando um vínculo profundo, carregado de emoções e compreensão.
O notável deste filme é que ele trata de temas tão pesados e difíceis, sofrimento, isolamento, solidão, preconceito, desajustes, mas com uma leveza e nobreza tão grandes que nos enche de esperança, amor, e compreensão. É impossível não se apaixonar por Mary e por Max. Um filme perfeito para esta época do ano! Encha seu coração com os sentimentos mais nobres assistindo Mary and Max!
Cristina Pereira - Zurique, Suíça

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