E eram azuis seus olhos e Ela ainda não estava apaixonada. Mas já sonhava. E enquanto imaginava, sorria. Sem perceber que o sentimento chegava, e devagar invadia, inundava.
Era na verdade, a idéia de estar aberta novamente aos vendavais da vida, que a deixava feliz. Ser amada. E não era fácil, lidar com aquela situação. Porque não era algo novo, mas é sempre novidade se apaixonar. Cada flor com sua cor, sua forma e seu cheiro particular. De pensar nele, seus olhos mareavam, cintilavam e chegavam a faiscar. O sorriso, era maroto. Gotas de docilidade se insinuavam entre os lábios. A respiração era lenta, o coração não batia, palpitava. E as mãos dela, eram frias, gélidas.
Movimentos ansiosos e certeiros como um animal que se prepara para a caça. Ela sabia quando e como conquistar. Mas ela precisava querer. Precisava desejar! E se o desejo não existia nada nem ninguém conseguiam se aproximar.
E como revelar suas intenções, demonstrar seus sentimentos se ela ainda tinha medo. Mas tinha algo novo no ar. A cada suspiro, a coragem de se revelar. E quando ele sorria de volta, ah... era o pecado, o pulmão se enchia de novo, com ar fresco e úmido, que penetrava pelas vias respiratórias, oxigenava o sangue e a fazia colocar o corpo todo no lugar. A cada vez que seus olhares se cruzavam, ela flutuava. Porque, com seus defeitos e qualidades, todos eram estrelas brilhantes, complementares e de igual importância. E levitando, entre sonhos e nuvens, ela esperava... Porque ela ainda, apesar de saber que era capaz, não conseguia se declarar, tomar posse da sua vida e “farsi vedere”.
Foto Original de Dani Morrison
Carolina Bisacchi - Londres, Inglaterra
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