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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Avisamos aos nossos leitores e colaboradores que a próxima Integra estará online no inicio de Março! Ate lá!

Águas de Março

É pau, é pedra,é o fim do caminho
É um resto de toco,é um pouco sozinho
É um caco de vidro,é a vida, é o sol
É a noite, é a morte,é um laço, é o anzol
É peroba do campo,é o nó da madeira
Caingá, candeia,é o Matita Pereira
É madeira de vento,tombo da ribanceira
É o mistério profundo,é o queira ou não queira
É o vento ventando,é o fim da ladeira
É a viga, é o vão,festa da cumeeira
É a chuva chovendo,é conversa ribeira
Das águas de março,é o fim da canseira
É o pé, é o chão,é a marcha estradeira
Passarinho na mão,pedra de atiradeira
É uma ave no céu,é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte,é um pedaço de pão
É o fundo do poço,é o fim do caminho
No rosto o desgosto,é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego,é uma conta, é um conto
É uma ponta, é um ponto,é um pingo pingando
É um peixe, é um gesto,é uma prata brilhando
É a luz da manhã,é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia,é o fim da picada
É a garrafa de cana,o estilhaço na estrada
É o projeto da casa,é o corpo na cama
É o carro enguiçado,é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte,é um sapo, é uma rã
É um resto de mato,na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vidano teu coração
É uma cobra, é um pau,é João, é José
É um espinho na mão,é um corte no pé
É um passo, é uma ponte,é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte,é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração...

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